Uma confusão envolvendo estrelas da Globo, como Christiane Torloni, Solange Couto e Jandira Martini, marcou para sempre a vida de uma atriz que costumava fazer coadjuvantes nas tramas da emissora.
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Lucy Mafra, que participou de Chocolate com Pimenta como Dona Venúsia, começou na carreira artística fazendo teatro de rua e ficou conhecida por seu trabalho com o grupo carioca Tá na Rua.
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Sua estreia na televisão foi em 1980, na novela Água Viva, da Globo. Nos anos seguintes, esteve em Baila Comigo (1981), Partido Alto (1984), Bebê a Bordo (1988), De Corpo e Alma (1992), Pátria Minha (1994), A Próxima Vítima (1995), Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados (1995), Quem É Você? (1996), Por Amor (1997), Sandy & Junior (1999), Malhação 2000 (2000), Chocolate com Pimenta (2003), Kubanacan (2003) e Senhora do Destino (2004).
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Sua última atuação na telinha foi em América, exibida entre 2005 e 2006 pela Globo. E essa passagem foi marcada por um fato grave. Durante as gravações do folhetim, Lucy foi acusada por uma camareira do Projac de furtar bolsas de colegas de elenco.
Na época, por exemplo, sumiram R$ 300 da carteira de Christiane Torloni. Outras duas atrizes, Solange Couto e Jandira Martini, também teriam sido furtadas, mas não foi feita nenhuma denúncia formal.
“Foi um engano”
Na época, ela negou as acusações e disse que tudo não passou de um mal-entendido.
“Foi um engano, um mal-entendido. Eu continuo na novela. Eles me aconselharam até a processar qualquer pessoa [do elenco de “América”] que fale sobre isso”, declarou a atriz em entrevista à Folha de São Paulo, em outubro de 2005.
Depois desse episódio, no entanto, Lucy não voltou a atuar em televisão. Embora nada tenha ficado provado na Justiça, ela nunca mais conseguiu se reerguer. Teve problemas financeiros e passou a exercer seu ofício apenas no teatro.
Em 2013, a autora Telma Guedes teria escalado Lucy para um papel em Joia Rara, mas acabou desistindo quando soube que seu nome teria restrições na Globo.
Sem-teto e depressão
Sem dinheiro, a atriz foi morar em Vassouras, município do estado do Rio de Janeiro, com sua mãe, Geny Gouvea.
Quando esta faleceu, em agosto de 2014, Lucy ficou sem ter onde morar e desenvolveu um quadro de depressão. Debilitada e precisando de ajuda para se locomover, a artista ficou internada por dois meses em um hospital da cidade. Ela piorou, ficou com pneumonia e foi parar no CTI com displasia pulmonar.
Acabou falecendo em 5 de dezembro de 2014, aos 60 anos, apenas quatro meses após a perder a mãe.
“Ela foi muito injustiçada”
Sem filhos e viúva, ela deixou uma enteada, a auxiliar de odontologia Andréa Neves, na época com 41 anos.
“Ela passou os últimos meses cuidando da mãe em Vassouras, sua terra natal. Quando a mãe dela morreu, ela entrou em depressão, ficou sem se alimentar, sem querer mais viver e ficou muito fraca. Foi internada e passou dois meses no hospital. Nessa última semana ficou com água no pulmão e foi para o CTI. Quinta-feira de tarde, ela piorou e infelizmente me deixou”, contou Andréa ao Extra.
Em entrevista ao R7, ela disse que Lucy já havia passado por uma outra tragédia nos anos 1970.
“Ela tem uma história triste de vida. Tudo começou a ficar ruim quando ela perdeu meu irmão, afogado na piscina, nos anos 70. Ele tinha três anos”, relatou.
Ainda de acordo com a enteada, Lucy passou os anos anteriores a sua morte vivendo da pensão da mãe e da ajuda de amigos.
“A vida dela foi muito sofrida. Ela foi muito injustiçada”, concluiu Andréa.