Conhecida por seus papéis cômicos nas séries Pé na Cova (2013) e Brasil a Bordo (2017), Hélady Araújo tem enfrentado um momento bastante conturbado na sua vida. Sem previsão para retornar à TV, a atriz tem feito inúmeros trabalhos paralelos para sobreviver. Ela disse que perder peso acabou prejudicando sua carreira.

Hélady despontou em pequenas participações nos programas da Globo, a partir de 2009. Em 2012, ela foi contratada por prazo longo para atuar em Pé na Cova, criada e escrita por Miguel Falabella.

A intérprete de Dirceia revelou à revista Quem, em 24 de maio de 2021, que, com o falecimento de Marília Pêra, a produção perdeu a razão de existir.

“Quando Marilia Pêra faleceu, o programa acabou. O Miguel me ajudou no que podia. Ele é uma pessoa muito iluminada e sou muito grata a ele. Me colocou em Brasil a Bordo, fazendo a Diáfana. Ele não tem como ajudar todo mundo”.

Na mesma publicação, a atriz lamentou os cinco anos sem trabalho no meio artístico, que culminaram com uma crise depressiva.

“De 2015 a 2020, fiquei totalmente desempregada, sem conseguir fazer trabalho algum como atriz. Entrei em depressão em 2016. Estava há cinco anos sem trabalho e correndo atrás de outras formas de me manter. Um pouco antes da pandemia começar, a minha vida estava começando a melhorar. Fui contratada por quatro meses como elenco de apoio de ‘Salve-se Quem Puder’. Mas só gravei até novembro”, explicou.

Tristeza sem fim

Brasil a Bordo

Os problemas se acentuaram após a perda de pessoas queridas para a Covid-19. Além de parentes e amigos, a morte do ator Paulo Gustavo a abalou estruturalmente:

“Tem sido muito difícil. No meu Facebook tenho dado os pêsames para muitas pessoas. Perdi um tio, muitos amigos e conhecidos. Isso me machuca demais, muito mesmo. A morte do Paulo Gustavo mexeu de uma forma que não consigo explicar. Chorei três dias seguidos. Ele poderia ter sido vacinado e estar aqui com a gente como as mais de 400 mil vidas perdidas. (…) É um momento muito triste e sombrio”.

Sem trabalho, Hélady Araújo teve que sair do Rio de Janeiro, onde residia, para viver com sua mãe, Vera, em Cabo Frio:

“Estou passando a pandemia com minha mãe, de 70 anos, que é diabética e hipertensa, mas graças a Deus, foi vacinada. (…) Estou desempregada e sem carteira assinada desde dezembro do ano passado. Não passei necessidade por causa da minha mãe. Mas não quero depender dela. Ela tem as necessidades dela também. Não aguento mais isso, dar despesa para a minha mãe. Quero trabalhar, quero ter o meu dinheiro”.

Perda de peso atrapalhou

Pé na Cova

Hélady acredita não ter conquistado outras oportunidades na TV pelo fato de ter emagrecido cerca de 60 kg. Ela contou à revista Quem que chegou a ser dispensada de gravações por não ter mais os 150 kg de antes.

“Fui chamada para fazer uma participação em um seriado. Fiz o vídeo e a pessoa me mandou um retorno dizendo que eu não estava no perfil porque tinha emagrecido muito. Isso me machucou muito porque meu talento não está na minha gordura, meu humor não está na minha gordura. A obesidade não é engraçada, é uma doença”, lamentou.

Enquanto novas oportunidades não surgem, Hélady Araújo busca ganhar dinheiro por meio de aplicativos.

“Publiquei na minha rede social um post pedindo ajuda, pedindo para eles instalarem o aplicativo para eu ganhar dinheiro toda vez que eles assistissem meus vídeos. Era 60 reais por pessoa e esse dinheiro me ajudaria muito para eu comprar meu remédio. Cinco pessoas aderiram, mas nem todas foram adiante”, relatou.

Recentemente, a atriz anunciou em seu Instagram que se tornou revendedora de cosméticos.

“Minha mãe comprou R$ 300 em produtos, só assim eu poderia me credenciar como consultora. Agora, eu estou avisando a todo mundo e espero que as pessoas me ajudem comprando para poder ganhar comissão”, contou a artista ao jornal O Dia, em 21 de junho de 2021.

Compartilhar.
Avatar photo

Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor