O Sétimo Guardião (2018) foi um dos maiores fiascos do horário nobre da Globo. O folhetim de Aguinaldo Silva, que pretendia retomar o realismo fantástico às 21h, registrou uma das piores audiências de todos os tempos.
Com o fraco desempenho, a novela estrelada por Marina Ruy Barbosa e Bruno Gagliasso é mais lembrada pelas fofocas envolvendo seu elenco do que pela trama em si. Além disso, seus bastidores guardam uma triste história: a doença da atriz Simone Zucato, que vivia a beata Liliana (na foto, com Talita Fusco e Elizabeth Savalla).
Em entrevista, a atriz revelou que sofria de câncer, mas optou por esconder a doença da produção e do autor. Ela havia descoberto o tumor dois dias depois de ter sido convidada por Aguinaldo para atuar no folhetim.
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A descoberta do câncer
Simone Zucato, na época com 43 anos, estreava em uma novela das nove no papel de Liliana, uma das beatas do folhetim. Mas a alegria do novo trabalho foi ofuscada pelo diagnóstico de uma doença grave.
“Eu desabei. Estava com um câncer, tendo uma oportunidade de trabalho pela qual o ator sempre espera. Pensei na vida, claro, mas tinha realmente um foco muito voltado para a novela que viria depois. Isso me ajudou a passar com mais força por tudo”, contou à AnaMaria Digital em 2021.
“Câncer de mama tem característica genética, mas ninguém na minha família teve. Descobri durante um exame, fiquei preocupada e fui atrás. Peguei no começo, dei muita sorte, por isso só retirei metade da mama“, disse, em entrevista ao jornalista Paulo Pacheco do portal UOL, em 14 de julho de 2019.
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Só revelou depois do fim da novela
Na mesma entrevista ao UOL, Simone revelou que só falou sobre seu câncer com o autor Aguinaldo Silva e os diretores da novela ao final das gravações.
“O Aguinaldo ficou extremamente emocionado, porque falei que só atravessei toda essa fase difícil graças a ele. Para mim, ele deu o maior presente da minha vida. O ‘Papa’ [Rogério Gomes, diretor artístico da trama] ficou um pouco admirado. ‘Mas aqui dentro você nunca mostrou nada, nunca passou mal, nunca se queixou de nada’. Respondi que quando a gente está feliz não há doença que coloque para baixo“, relatou.
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Discreta
Curada do câncer, ela explicou o que verdadeiramente a motivou a decidir esconder o diagnóstico.
“Procurei conduzir a situação com muita discrição, pois tinha receio de quererem me poupar e eu perder o papel na novela. Sendo que esse trabalho era o que me animava, o que me dava esperança de seguir adiante. (…) Eles não sabiam da importância daquele trabalho para mim. Passei com mais leveza e tranquilidade por tudo”, revelou.
Ela começou o tratamento com quimioterapias naquele mesmo ano, além de radioterapia, cirurgia plástica para igualar o tamanho das mamas e fez uso de medicamentos que foram estendidos por mais cinco anos a fim de impedir o aparecimento de novos tumores.
“Minha primeira reação foi ligar para o médico e falar: ‘Tenho uma novela para fazer e tenho que ficar boa em seis meses’. Fui muito prática”, dissertou.
“Claro que é difícil, tive medo de morrer, até o convênio liberar o hospital para a cirurgia, aquela parte burocrática, tive muito medo, chorava à noite, acordava assustada, preocupada porque tinha uma doença que crescia dentro de mim. Mas foi tudo com muito mais tranquilidade porque eu tinha a novela”, confessou ao portal.
