A novela Pedra Sobre Pedra (1992) foi disponibilizada recentemente no Globoplay. Além do público matar as saudades dos moradores da fictícia Resplendor – criados por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares –, é possível rever também a abertura que marcou época e que contou com a presença de Mônica Fraga.

Pedra sobre Pedra

A atriz e modelo nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de janeiro de 1970. Ainda nos tempos de manequim, Mônica ingressou na televisão através do programa Rio Urgente, da TV Rio. No ano seguinte, entrou para o humorístico Os Trapalhões. A beleza de Fraga logo despertou a atenção da revista Playboy, para a qual posou em 1990.

Do humor para a abertura da novela

O trabalho que a tornou conhecida em todo o país, no entanto, veio em 1992. Na vinheta de um minuto que abria e fechava os capítulos de Pedra Sobre Pedra, Mônica Fraga emprestou seu corpo para que, com ajuda dos efeitos especiais, o designer Hans Donner e sua equipe concebesse rochas e montanhas.

As gravações das paisagens foram feitas em Lençóis, na Chapada Diamantina (BA). Com o auxílio do computador, o corpo da atriz e modelo se moldava às belezas naturais do local. Mas, por pouco, Mônica não ficou de fora da peça que entrou para a história da TV brasileira…

Dores de cabeça quase mudaram o rumo da história

Mônica Fraga

No dia programado para o teste, Mônica Fraga estava sentindo fortes dores de cabeça e quase ficou em casa. Foi por insistência de sua mãe que a jovem se dirigiu à sala de Donner e conseguiu ser aprovada para fazer as oito cenas necessárias para a produção da vinheta.

“O Hans Donner queria várias meninas para fazer a abertura. Fizemos alguns testes no estúdio e ele disse que eu era bonita, morena e tinha tudo a ver com o Brasil. Então resolveu pegar as imagens já feitas na Chapada Diamantina e encaixar nas do meu corpo. Ficou incrível e ele desistiu das outras meninas”, recordou ela em entrevista ao site Ego, de 23 de janeiro de 2015.

Sobre a questão da nudez, ela afirmou na mesma publicação que sabia que iria tirar a roupa, o que não representou problema algum.

“O Hans me avisou: ‘Não vai ser algo escancarado, mas vai ter que ficar nua, os seios vão aparecer’. Eu respondi que não tinha problema. Foi uma exposição bacana”, contou.

Questionada se guardava algum arrependimento por ter realizado tais trabalhos, incluindo os ensaios para Playboy, ela respondeu:

“Em nenhum momento me arrependi desses trabalhos, encaro bem tranquilamente. Até rolaram outros convites para posar nua, mas logo em seguida me casei com o Paulo Ubiratan (diretor que morreu em 1998) e ele fez um acordo de cavalheiros para que a Playboy não publicasse mais as minhas imagens”.

Os trabalhos como atriz

Por Amor - Mônica Fraga

Após brilhar na abertura de Pedra Sobre Pedra, Mônica Fraga investiu na carreira de atriz. Ela fez a Oficina de Atores da emissora e, em 1994, participou de sua primeira novela, Tropicaliente, assinada por Walther Negrão.

Depois, marcou presença em Cara & Coroa (1995), Por Amor (1997) e Uga-uga (2000), além de diversos episódios do Você Decide (1992-2000).

[anuncio_5]

Envolvimento com a política

Mônica Fraga

Há anos longe dos folhetins, Mônica analisou os prováveis motivos de não ter recebido mais convites para atuar.

“Quando me casei, parei por um tempo para cuidar da minha filha e, quando ela fez 2 anos, procurei os diretores. Ouvia ‘a gente vai ver’, ‘assim que tiver algo te falo’, mas nunca mais me chamaram para nada. Daí você cansa de ficar pedindo”, desabafou.

Atualmente com 52 anos, Mônica Fraga é graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade. Ela mantém um canal no YouTube onde fala sobre política e assuntos do cotidiano. Recentemente, tornou-se pré-candidata a deputada federal pelo Rio de Janeiro.

O relacionamento com Paulo Ubiratan durou até 1998. Ela está casada com Claudio Dib da Costa, pai de sua filha, desde 1999.

Compartilhar.
Avatar photo

Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor