O ator Giuseppe Oristanio, que recentemente interpretou Gômer na novela Gênesis, sendo um dos destaques da trama, falou sobre fatos e histórias dos 40 anos de sua carreira para o canal Arquivo Marckezini, do YouTube, comandado por Fábio Marckezini, editor do TV História.

Vida Nova

A produção bíblica da Record terminou em novembro de 2021 e foi gravada durante a pandemia da Covid-19. Para Giuseppe, foi um grande desafio de sua carreira.

“Foi uma experiência muito louca, quando começou a pandemia já estava gravando a novela e fiquei 2020 inteiro com uma barba gigante esperando o momento para voltar a gravar. Quando houve a retomada, tivemos todos os cuidados para evitar a contaminação”, declarou.

Assédio sexual

Giuseppe Oristanio

Giuseppe, que passou por várias emissoras, como Band, Globo, SBT e Manchete, afirma que sempre houve assédio moral e sexual nas televisões.

O ator conta que também foi vítima de assédio de um famoso diretor da Globo que já não está mais vivo.

“Me convidaram para ir para o Rio, para falar da minha ida para a Globo. Mas a reunião foi em um restaurante e em um jantar noturno, e não em um escritório, como é o normal. Me ofereceram uísque, camarão e um depósito em minha conta para passar o Carnaval com o cara. Eu recusei tudo isso e o diretor disse que eu estava atrasando a minha vida, o que de fato realmente aconteceu, pois demorei mais 10 anos para entrar na Globo”, revelou o ator.

Mas isso não atrapalhou a carreira de sucesso do ator, que fez inúmeros trabalhos na TV e no teatro.

Na emissora carioca, depois de tramas na concorrência, ele trabalhou nas novelas Vida Nova (1988), Fera Ferida (1993) e no remake de Irmãos Coragem (1995), entre outras. Está longe do canal desde A Lua me Disse (2005).

Novela itinerante

Giuseppe Oristanio

Ele relembrou um grande sucesso da Manchete, A História de Ana Raio e Zé Trovão, em que ele viveu o personagem João Riso.

A trama, escrita por Marcos Caruso e Rita Buzzar, era uma verdadeira “novela itinerante”, segundo o ator.

“Não gravei uma cena sequer em estúdio. A única coisa cenográfica que tínhamos eram três, quatro caminhões enormes, que na história serviam como moradia para os personagens. Parecia uma trupe de circo viajando pelo país inteiro. Se tivesse que gravar em uma casa, a produção alugava”, contou Giuseppe.

A sua passagem pelo SBT ficou marcada pelos trabalhos em Colégio Brasil e os Teleteatros.

“Eu tenho muita saudade do Roberto Talma, era um homem de televisão como poucos. Nós gravávamos a novela durante o dia inteiro de segunda a segunda, e os especiais eram feitos de madrugada. Era uma época sensacional, eu trabalhava com amigos”, enfatizou.

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Preconceito com os artistas

Giuseppe Oristanio

Ele ainda afirma que no Brasil existe preconceito com os artistas.

“Nós precisamos de uma política pública que valorize a nossa cultura. A cultura é uma economia muito forte, a pandemia provou isso para a gente. O que nos salvou foram os streamings, livros, filmes, a música e a TV. O audiovisual gera emprego, e quem tem emprego, paga imposto, gerando riqueza para o país”, afirma Giuseppe.

Contratado da Record, o ator já está escalado para a próxima novela da emissora, Reis.

Atualmente com 63 anos, também está gravando o filme Meninas Não Choram.

Confira a entrevista completa:

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