O remake de Pantanal conta com a participação especial de Dan Stulbach. O astro, longe das novelas desde a fracassada O Sétimo Guardião, entrou na trama vivendo o personagem Ibrahim Chaguri.
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Influente político local, o deputado federal foi ao Pantanal para cobrar a honra da filha, a jornalista Érika (Marcela Fetter), que perdeu a virgindade com José Lucas de Nada (Irandhir Santos).
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Na versão original, Chaguri foi vivido pelo consagrado ator e diretor Rubens Corrêa, que teve poucas passagens na televisão, mas marcantes. Infelizmente, no entanto, o artista teve dificuldades no fim da vida.
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Rubens Alves Corrêa nasceu em Aquidauana (MS) em 23 de janeiro de 1931. Foi para o Rio de Janeiro (RJ), se formando no Teatro Tablado em 1951. Depois disso, iniciou sua trajetória para marcar seu nome na cena cultural brasileira.
Poucos trabalhos na TV
O ator estreou na televisão em 1967, na novela Os Miseráveis, produzida pela Band. Voltou ao veículo apenas 1984, para participar de Partido Alto, trama das oito da Globo.
Depois disso, participou mais frequentemente de produções do veículo: Mandala (1987), Abolição (1988), Kananga do Japão (1989), Escrava Anastácia (1990), Pantanal (1990), quando viveu Ibrahim Chaguri, Ilha das Bruxas (1991), Amazônia (1991), Mundo da Lua (1991) e Guerra sem Fim (1993).
Seu último trabalho na televisão foi em 1995, na minissérie Decadência, da Globo, quando viveu um dos principais personagens da trama, o político Albano Tavares Branco.
Rubens Corrêa morreu um dia antes de seu aniversário, em 22 de janeiro de 1996, aos 64 anos. Ele estava internado desde o dia 14 daquele mês na Clínica São Vicente, na Gávea.
Dificuldades financeiras e morte
Oficialmente, foi divulgado que a causa da morte foi uma arritmia cardíaca, no entanto, ele morreu em decorrência de complicações causadas pelo vírus da Aids, conforme revelaram seus poucos amigos que sabiam da real condição.
“Resolvemos, numa conversa por telefone após a morte dele, que não havia motivo para que a doença não fosse divulgada. Poderia ser câncer ou qualquer outra coisa”, explicou à Folha de S.Paulo o ator Ivan de Albuquerque, sócio de Corrêa no Teatro Ipanema.
A situação de Corrêa era complicada. Ele foi internado com anemia aguda, pneumonia e úlcera, ficando vários dias no CTI (Centro de Tratamento Intensivo).
Apesar de contar com uma situação financeira razoável, ele passava por dificuldades financeiras por ter suas economias retidas no Banco Econômico, que havia falido e estava sob intervenção do Banco Central.
Apoio dos amigos
Dessa forma, o ator precisou da ajuda dos amigos para pagar seu tratamento. A Globo também auxiliou a cobrir os elevados custos.
“O período que antecedeu à sua partida não foi fácil, não. Muito sofrimento nesta reta final, principalmente porque a Aids ainda era um mal com poucos recursos médicos, ainda não existiam as possibilidades de hoje e o desenlace, para todos os seus amigos, já era uma morte anunciada. Apesar de tudo, nos momentos de lucidez, Rubens mantinha acesa a chama de sua habitual generosidade”, descreveu Sérgio Fonta no livro biográfico “Rubens Corrêa – Um Salto para Dentro da Luz”, da coleção Aplauso.
Uma das últimas visitas que Corrêa recebeu foi da atriz Joana Fomm (foto acima). Ela foi uma das artistas que decidiram revelar que Corrêa tinha Aids – ele descobriu estar com o vírus dois anos antes de partir.
“Ele conseguia me deixar em paz. E eu fui vê-lo porque sabia que ele estava morrendo e sofri muito com isso”, destacou.
“Não há vergonha nenhuma nisso. Hoje não há mais grupos de risco e esconder a doença é reforçar o preconceito”, concluiu.
O ator recebeu uma homenagem póstuma na entrega do prêmio Mambembe, na noite de 23 de janeiro. O corpo de Rubens Corrêa foi enterrado nesse mesmo dia, no cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro.