O público que está acompanhando o remake de Pantanal na Globo torce para que Maria Bruaca (Isabel Teixeira) tenha um final feliz após tudo que passou ao lado do vilão Tenório, vivido por Murilo Benício.

Pantanal

Na versão exibida pela Manchete em 1990, o papel foi de Antônio Petrin, que foi muito elogiado por sua atuação, tornando o Tenório obscuro e maldoso.

A cena marcante

Antonio Petrin

Petrin colocava todo o seu talento e a sua emoção na construção do personagem. Em entrevista recente ao jornal O Globo, o ator relembrou uma das cenas mais difíceis da novela: a castração de Alcides, que era interpretado pelo ator Ângelo Antônio.

“Saímos muito cedo da fazenda onde estávamos para andar um espaço grande até o local em que a cena seria gravada. Lembro que eu e Ângelo Antônio caminhávamos lado a lado e nem nos olhávamos, era um silêncio aterrador. Sabíamos da dificuldade que seria gravar aquela cena, carregada de emoção”, contou o ator.

Na sequência em questão, o vilão prende Maria Bruaca (então Ângela Leal), então amarrada e sem poder ajudar o amante, também contido. Após esquentar uma faca, Tenório castra o peão em uma cena forte que ficou na história da dramaturgia.

“Olhei para a cara do diretor, o Carlos Magalhães, e vi lágrimas saindo pelos seus olhos. Aquilo me provocou muito, redobrou a minha emoção, e eu tremia. Falando disso agora, parece que estou sentindo a mesma coisa. A Ângela Leal ali ao lado, sofrendo com a cena. Foi um dos momentos mais marcantes da minha trajetória como ator em termos de emoção e de dificuldade de gravar em um lugar tão inóspito”, relembrou.

A revolta do espectador

Antonio Petrin

Na época, o público não soube separar a ficção da realidade. O ator morava em Santo André (SP) e teve a sua casa depredada por pessoas que ficaram revoltadas com as maldades do vilão. Segundo ele, enquanto estava no aeroporto, quase apanhou de duas mulheres exaltadas, que tiveram que ser contidas por sua colega de novela, Ângela Leal.

Atualmente, Antônio Petrin está com 83 anos. Ele participou de outros sucessos da TV, como Ninho da Serpente (1982), Anarquistas, Graças a Deus (1984), Vida Nova (1988), Éramos Seis (1994), Corpo Dourado (1998), Marcas da Paixão (2000) e Esmeralda (2004), Vende-se um Véu de Noiva (2009) e Escrava Mãe (2016), seu último trabalho na televisão até o momento.

Ele topa relembrar os tempos da primeira versão de Pantanal, mas não admite falar sobre o remake.

“Não tenho nenhum interesse em falar sobre Pantanal”, afirmou ao Notícias da TV.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor