Caio Junqueira nasceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1976. Ele era filho do ator e diretor Fábio Junqueira (1956-2008), e meio irmão do ator Jonas Torres. Sua estreia na TV aconteceu em 1985, aos oito anos, na série Tamanho Família, da Rede Manchete. Anos mais tarde, o artista nos deixou de forma precoce e trágica.

Caio Junqueira em Malhação
Caio Junqueira em Malhação (Reprodução / Globo)

Em 1986, ele foi para a Globo, onde atuou ao lado do irmão na série Armação Ilimitada. A partir de então, Caio nunca mais parou, criando uma sólida carreira na televisão, no teatro e no cinema.

Na emissora carioca, esteve em Desejo (1990), Barriga de Aluguel (1990), A Viagem (1994), Engraçadinha (1995), Malhação (1998), Chiquinha Gonzaga (1999) e O Quinto dos Infernos (2002).

Desejo

Já na Record, participou do remake de Escrava Isaura (2004). Retornou para a Globo e atuou nas produções Paraíso Tropical (2007) e Desejo Proibido (2007).

Sucesso em Tropa de Elite e protagonista em novelas

Em 2007, Caio Junqueira integrou o elenco do filme Tropa de Elite. O longa dirigido por José Padilha tornou-se uma das maiores bilheterias daquele ano, vencedor de inúmeros prêmios.

O ator interpretou o aspirante Neto, um jovem que ingressa na PM e, após conhecer o Capitão Nascimento (Wagner Moura), decide entrar no BOPE. Graças ao seu temperamento impulsivo, passa a ser um dos favoritos para ocupar o lugar de Nascimento, porém acaba morto numa emboscada, antes de assumir o posto.

Caio Junqueira e Wagner Moura em Tropa de Elite

Com este papel, o artista ganhou notoriedade no cenário artístico e foi contratado para fazer parte do elenco fixo da Record, que naquele período estava reativando seu núcleo de dramaturgia, apostando em tramas para competir com a Globo.

Nesta fase, seus trabalhos na emissora foram a série A Lei e o Crime (2009), Ribeirão do Tempo (2010), na qual viveu seu primeiro e único protagonista em novelas, o detetive Joca, e, posteriormente, as produções bíblicas José do Egito (2013) e Milagres de Jesus (2015). Seu último trabalho artístico foi na série O Mecanismo, na Netflix, em 2018.

Trágico acidente

Caio Junqueira Acidente

Caio Junqueira faleceu em 23 de janeiro de 2019 após um trágico acidente. O carro que dirigia perdeu o controle, subindo no meio-fio e batendo violentamente contra uma árvore.

O ator ficou preso no veículo, desacordado, e chegou a ser internado no hospital Miguel Couto, onde passou por algumas cirurgias. Ele havia sofrido um trauma no tórax e tinha perdido muito sangue. Colegas de trabalho iniciaram uma campanha nas redes sociais para pedir doação de sangue para sua recuperação.

Na época do ocorrido, a mãe do ator, Maria Inês Torres, declarou ao portal G1 que o filho, mesmo sedado, chegou a abrir os olhos e tentou se levantar da cama.

“Isso mostra que ele está querendo lutar pela vida”, disse a mãe do artista.

No entanto, cerca de uma semana depois do acidente, o ator não resistiu e morreu aos 42 anos.

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Processo trabalhista contra a Record

Caio Junqueira Sepultamento

Mais de dois anos após seu falecimento, Caio Junqueira venceu um processo trabalhista movido contra a Record no ano de 2017, no qual buscava o reconhecimento de vínculo empregatício. Sua relação de trabalho com o canal foi de 1º de agosto de 2008 a 31 de agosto de 2016.

Ele havia sido informado, na época, que a emissora não iria assinar sua carteira de trabalho e que seu salário seria pago por meio de notas fiscais. Com a morte do ator, sua mãe assumiu a representação do filho na ação, contudo ela também morreu, em novembro de 2019.

Dessa forma, foi Jonas Torres, o irmão, quem assumiu a causa como sucessor de Caio. Na primeira instância, a Record venceu o processo, alegando que a contratação do artista havia sido feita através de sua empresa, a Fuampa Filmes.

A defesa de Caio, no entanto, recorreu e venceu. O julgamento foi concluído em 25 de maio de 2021 e o valor da causa foi de R$ 60 mil.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor