O ator Ewerton de Castro teve as suas contas bloqueadas pela Justiça por não ter pago uma quantia milionária pela perda de um processo movido pela TV Globo. A emissora alegou abandono de trabalho por parte do artista por causa de sua saída de O Quinto dos Infernos, em 2002.

Ewerton de Castro em A Escrava Isaura
Ewerton de Castro em A Escrava Isaura (Divulgação / Record)

De acordo com o portal UOL, a decisão foi definida no último dia de 30 agosto a pedido da Globo e o veterano, que se aposentou da carreira artística, foi condenado a pagar R$ 335 mil reais à empresa dos Marinhos. No valor incidem os custos processuais, além de juros e correção monetária. Não cabe mais recurso.

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Prejuízo

O Quinto dos Infernos - Ewerton de Castro e Maria Padilha
Ewerton de Castro (Cauper) e Maria Padilha (Emengarda) em O Quinto dos Infernos (Divulgação / Globo)

A emissora alega que há 21 anos sofreu prejuízo com a saída repentina do contratado da minissérie, precisando mexer às pressas no roteiro. Já o famoso alegou que foi desrespeitado.

“Não fui respeitado artisticamente. Meu personagem não tinha falas e quase nunca era enquadrado pela câmera. Não pensei que eles chamariam a mim, um profissional com 34 anos de carreira, para fazer praticamente uma figuração”, disse, na época, à Folha de S. Paulo.

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Perda do processo

Ewerton de Castro e Regina Dourado em Bicho do Mato
Ewerton de Castro e Regina Dourado em Bicho do Mato (divulgação/Record)

Mas o juiz Rogério de Camargo Arruda, em 15 de maio deste ano, deu ganho de causa à Globo, aceitando a sua versão de ter sido prejudicada pela ação do ex-contratado, afirmando que Ewerton optou por se retirar do projeto por “descontentamento e arrependimento” e reconhecendo que a rede cumpriu com a sua parte.

“Diante do inexplicável desaparecimento de um de seus personagens, foi preciso alterar o roteiro, reescrevendo vários capítulos, tentando, de alguma forma, não prejudicar o conteúdo da obra”, declarou a estação.

“Por mais famoso que seja, um ator não pode interferir nos critérios de direção e de produção de uma obra”, afirmou a Globo, garantindo ter avisado que o papel era de coadjuvante.

 

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Figuração de luxo

Ewerton de Castro
Ewerton de Castro (Reprodução / YouTube)

A Justiça ainda afirmou que ao receber os scripts, o artista de 77 anos sabia que o papel não era da primeira prateleira dos personagens. Na minissérie, Castro interpretava o comerciante Cauper.

Atualmente vivendo nos Estados Unidos depois que deixou a carreira alegando desilusão com o mercado, Ewerton de Castro, que estava de portas fechadas na “toda-poderosa”, havia se mudado para a Record, onde atuou em diversas produções até 2010. No ano seguinte, ele decidiu abandonar a profissão.

Quando decidiu deixar a TV Globo, Ewerton já estava há 20 anos na casa, onde atuou em títulos como Roque Santeiro (1985), Riacho Doce (1990), As Noivas de Copacabana (1992), De Corpo e Alma (1992), Fera Ferida (1993), Os Maias (2001), dentre outros.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor