Entre as décadas de 1970 e 1990, diversos humorísticos marcaram a história da televisão brasileira, como Os Trapalhões, Chico Anysio Show, Viva o Gordo e A Praça é Nossa. Além dos astros que estrelaram cada atração, vários coadjuvantes no elenco garantiam o riso do público.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um deles era o ator Felipe Levy (foto abaixo), que nos deixou há alguns anos. Uma triste história envolve seu filho, Patrick Levy, que cumpriu pena após ser condenado por tráfico de drogas. Aos 45 anos, o ator se diz arrependido e torce por uma nova oportunidade para mostrar que é uma nova pessoa.
Talento precoce
Seu pai, que faleceu em 2008, ficou conhecido por interpretar personagens judeus e estrangeiros em programas de humor como Os Trapalhões (1977-1987), na Globo, e Bronco (1987), na Bandeirantes. No SBT, esteve em A Praça é Nossa (foto acima), onde se destacou em alguns quadros.
Patrick iniciou sua carreira artística aos cinco anos, fazendo comerciais e, logo em seguida, participando do programa TV Fofão, na Bandeirantes. Integrou também o elenco juvenil na adaptação de Éramos Seis, produzida e exibida pelo SBT em 1994 e que foi um grande sucesso da emissora. Na trama, seu pai deu vida ao delegado Gusmões, que, no remake produzido pela Globo, em 2019, foi vivido pelo ator Stepan Nercessian.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
No canal, Patrick ainda atuou nas novelas As Pupilas do Senhor Reitor (1994) e Sangue do Meu Sangue (1995).
Tráfico de drogas
Após esse trabalho, Patrick se tornou usuário de drogas e logo acabou sendo preso por tráfico.
“Tive o primeiro contato com drogas na adolescência, na escola. Comecei com a maconha e fui para cocaína. Acabava tendo que traficar para conseguir dinheiro para comprar, porque não tinha coragem de pedir para o meu pai”, disse o ator, em entrevista à IstoÉ em 17 de setembro de 2019.
“Infelizmente, vim parar aqui no tráfico de drogas”, completou.
Detido em 2017, Patrick cumpriu pena por tráfico de drogas em regime fechado na Penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos, na Grande São Paulo, sendo liberado em novembro de 2021. O artista revelou que ainda sonha em poder voltar a atuar.
“Não é porque estou preso que esse sonho saiu de dentro de mim. É algo que pretendo continuar a partir de então, porque creio que a minha recuperação está quase pronta”, contou ele ao Estadão em 30 de setembro de 2019.
Reencontro
Aliás, foi na cadeia que Patrick Levy reencontrou o universo artístico. Ele faz parte do projeto Arte, Transformando Vidas, onde os detentos fazem um curso de capacitação em dramaturgia, adaptando uma história para o teatro e criam os seus próprios figurinos e cenários.
“Quando venho para cá (o teatro), eu esqueço que estou preso e viajo no personagem. Me desligo totalmente do lugar que estou”, disse ele.
Patrick, que ajudou na adaptação do livro O Alquimista, de Paulo Coelho, e que foi encenada para os presos de todos os pavilhões da penitenciária, também interpretou o general do exército, que trava uma perseguição contra o personagem principal da história, Santiago.
O artista vêm se dedicado aos estudos e torce para ter uma oportunidade de mostrar que é uma nova pessoa.
“Fiz cursos profissionalizantes antes, mas não faculdade de Rádio, TV, etc. Aqui (na Penitenciária Adriano Marrey) já consegui terminar o Ensino Fundamental. Quero fazer a prova do Enceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) para que eu possa voltar a fazer o que eu amo, porém agora com mais afinco. E poder ter a oportunidade de mostrar que sou uma pessoa diferente”, conclui.