Ator fez tanto sucesso que teve que voltar na segunda fase de Pantanal

Após participar da primeira fase de Pantanal, Irandhir Santos voltou à novela da Globo nesta semana. Antes encarregado de Joventino, o ator agora atende por José Lucas de Nada. No original da Manchete, os personagens foram defendidos por Cláudio Marzo e Paulo Gorgulho, respectivamente.

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Este último, aliás, também passou pelas duas fases da trama de Benedito Ruy Barbosa. Em 1990, Gorgulho respondeu por José Leôncio nos primeiros capítulos de Pantanal e por Zé Lucas na etapa definitiva do folhetim. A volta se deu graças ao desempenho de Paulo e do consequente êxito junto ao público.

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“O telefone não pára de tocar na minha casa, pedindo para ele continuar”, contou Ruy Barbosa ao Jornal do Brasil de 17 de abril de 1990, quando a permanência de Paulo Gorgulho no elenco foi oficializada.

Porém, engana-se quem pensa que José Lucas do Nada foi criado de “última hora”, apenas para manter o ator no vídeo. Benedito confidenciou, também ao Jornal do Brasil, que resolveu criar o personagem após concluir o primeiro capítulo de Pantanal, quando Zé Leôncio (então Paulo Vinícius), conduzido pelo pai até uma currutela, iniciou sua vida sexual com a prostituta Generosa (Kátia D’Ângelo):

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“O encontro dos dois foi tão bonito que pensei: ‘por que este garoto não engravida esta prostituta?’”.

Escalada

Nos palcos desde o final da década de 1970, Paulo Gorgulho estreou na TV através de uma participação na minissérie Anarquistas, Graças a Deus (1984, Globo). No cinema, esteve em Filhos e Amantes (1981) e O País dos Tenentes (1987), além da ponta em Feliz Ano Velho (1987).

Indicado por Nelson Nadotti, um dos envolvidos neste último filme, Paulo Gorgulho fez testes para Carmem (1987), também da Manchete. Coube a ele uma das figuras centrais do enredo de Gloria Perez: o policial José, que, no último capítulo, mata a personagem-título (Lucélia Santos), por quem era obcecado.

Antes de Pantanal, Gorgulho passou por Kananga do Japão (1989), outro clássico da emissora. No enredo de Wilson Aguiar Filho, que unia ficção e realidade para recontar a história política e cultural do Brasil nos anos 1930, o ator encarnou Juarez Távora, apoiador de Getúlio Vargas.

Tarimbado, Paulo reagiu bem ao desafio proposto a ele na obra de Benedito Ruy Barbosa.

“Tudo vai depender de como faço o novo personagem. Para não correr riscos, estou discutindo muito isso com a direção. De qualquer maneira, confio no meu taco”, declarou em entrevista à Folha de S.Paulo de 15 de abril de 1990.

Munição

O sucesso de Paulo Gorgulho como José Leôncio e José Lucas de Nada fez dele estrela de um especial exibido pela Manchete em 27 de maio de 1990, um domingo, às 22h. O programa, dirigido por Lula Araújo – um dos responsáveis pela fotografia de Pantanal – serviu de arma para a emissora no confronto com a Globo.

Naquele mesmo dia, um domingo, o canal concorrente lançou Desejo, minissérie assinada por Gloria Perez e estrelada por Vera Fischer, Tarcísio Meira e Guilherme Fontes. A opção pelo primeiro capítulo em tal dia da semana, logo após o Fantástico, se deu justamente para evitar a concorrência com Pantanal.

O especial sobre o astro da novela contou com depoimentos de Gorgulho sobre a infância, ao lado de 14 irmãos, e o casamento, celebrado recentemente, com Vânia Gnaspini. Os dois estão juntos até hoje. A fama de símbolo sexual também esteve na pauta do programa.

Na terça-feira (29), após a reapresentação da estreia às 17h, a Globo retomou o esquema habitual relativo às minisséries, com capítulos às 22h30 – quando Pantanal saía do ar. Desejo competiu com a linha de shows da Manchete, que incluía a série Escrava Anastácia e o humorístico Cabaré do Barata, com Agildo Ribeiro.

Gravada no ano anterior, Desejo reunia nomes como Marcos Palmeira, Marcos Winter e Nathalia Timberg, todos do elenco de Pantanal.

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