Reconhecido como um dos grandes nomes de Travessia, onde deu vida ao empresário Guerra, Humberto Martins foi taxativo sobre a possibilidade de viver um homossexual em novelas: “Não aceitaria fazer um gay na TV”.
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A declaração do ator foi emitida durante as gravações de Totalmente Demais (2015), grande sucesso na faixa das sete da emissora carioca. O artista afirmou que não teria nada contra interpretar o papel de um homossexual no teatro, mas, na televisão, não toparia de jeito algum.
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Durante uma entrevista concedida à Revista Quem em dezembro de 2015, que abordava os inúmeros papéis viris de Humberto, como homens rudes, brutos e machões, o artista foi questionado se faltava um papel de gay em sua carreira.
“Eu não aceitaria um papel de gay na TV. Não tem nada a ver. No cinema ou no teatro, o público até aceitaria. Na TV, não”, disparou.
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Justificativas para a recusa
Para se justificar, o ator (na foto acima, com Cristiana Oliveira em Quatro por Quatro) afirmou que as telenovelas costumam abordar a realidade e, desta forma, não havia espaço para um ator com estereótipos de “macho alfa” interpretar um personagem homossexual.
“É uma questão comercial. A TV aberta não comporta esse tipo de escalação. Vai ficar falso, é novela. E novela é retratação da realidade”, argumentou, dizendo que seria rejeitado caso fizesse um papel assim.
Machão em desconstrução
Humberto Martins (na foto acima, em Kubanacan), hoje com 62 anos, foi considerado sex symbol nos 1990 e 2000, inclusive sofrendo o furor das fãs na época que, certa vez, quase viraram o seu carro. Mas, após andar sem camisa em várias tramas, o ator decidiu “mudar o chip”. Após se desleixar com o corpo e ganhar peso, ele ganhou papéis mais sérios, como o Laerte Villa Nova, de América (2005, foto abaixo).
“Eu estava de saco cheio de exibir os músculos. Então, em América, quis abotoar a camisa até o último botão (risos)! Deixei até de ir à academia. Pensei: “Que se dane se eu perder os músculos e murchar tudo”. Não tem que precisar da academia para ser um ator”, disse à Quem.
Porém, mesmo deixando de lado o estereótipo de machão, interpretar um personagem gay seria mudar da água para o vinho, segundo o ator.
“Você não consegue fazer sal virar açúcar. O gosto vai ser sempre sal. Já fiz uns dez policiais: PM, civil, bombeiro, agente, sargento, capitão, guerrilheiro, ditador de Cuba… Como pegar um cara assim e fazer dele uma bicha?”, indagou Humberto.