Atualmente vivendo o Coronel Tertúlio em Mar do Sertão, José de Abreu (na foto abaixo, com Marcelo Adnet) já esteve em diversas novelas da televisão brasileira, entre sucessos e fracassos. Ele também participou da primeira versão de Pantanal, exibida em 1990 pela Manchete. Mas essa história foi bastante conturbada.
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Quem acompanhou o remake de Pantanal na Globo viu a trajetória errante do terapeuta Gustavo (Caco Ciocler), que desapareceu, posteriormente ressurgiu e sumiu definitivamente da trama.
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Quando voltou, após semanas de ausência, Gustavo revelou que mudou a maneira de enxergar o mundo e as coisas, e sequer conseguiu retomar seu trabalho. Com isso, ele e Nayara (Victoria Rossetti) partiram para uma nova viagem, desta vez definitiva, despedindo-se da trama adaptada por Bruno Luperi.
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No entanto, na primeira versão de Pantanal, o fim de Gustavo (José de Abreu) não aconteceu desta forma. Na verdade, o autor Benedito Ruy Barbosa nem ao menos deu um desfecho ao terapeuta.
Após a morte de Madeleine (Ítala Nandi), Gustavo simplesmente desapareceu da trama da Manchete, sem qualquer explicação.
“Não está dando certo”
Em entrevista ao site Notícias da TV, José de Abreu revelou que o desinteresse do público pelo núcleo do Rio de Janeiro fez com que Gustavo perdesse relevância na trama.
“Sempre que a novela mostrava o núcleo do Rio, a audiência caía. Então, ele [o diretor Jayme Monjardim] e o Benedito [Ruy Barbosa] queriam manter a história no Pantanal, óbvio. E a parte do Rio foi diminuindo”, explicou o ator.
Na mesma entrevista, o ator contou que, durante a novela, recebeu uma ligação de Jayme Monjardim, convidando-o para a minissérie O Canto das Sereias (1990). Segundo ele, Monjardim teria ficado sabendo que a Globo faria a minissérie Riacho Doce em Fernando de Noronha e, por isso, queria emplacar sua minissérie antes da concorrente. Abreu, então, perguntou ao diretor como ficaria Pantanal.
“Ele respondeu: ‘Não está dando certo a novela no Rio de Janeiro. Eu te tiro e você volta no final’”, explicou o ator.
A ideia era que Gustavo aparecesse nos capítulos finais, escrevendo na chalana que navega pelo Pantanal. Mas isso não aconteceu.
“Fui para Noronha, e tiraram o Gustavo da novela sem nenhuma satisfação mesmo. Ele sumiu”, explicou José de Abreu. “Eles me esqueceram. E não voltei para Pantanal. Liguei para o Jayme perguntando, e ele disse: ‘Ih, caramba, esqueci de você. Mas vamos fazer A História de Ana Raio e Zé Trovão, então’…”, relembrou o ator.
Mudanças no remake
Para a versão de 2022, o autor Bruno Luperi veio com a intenção de dar mais destaque ao núcleo do Rio de Janeiro. Por isso, foi feito o convite para que Caco Ciocler assumisse o tipo, como o ator contou em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, em O Globo.
“O personagem, que era do José de Abreu na época, ficou de lado e nunca mais voltou. O Bruno me convidou me avisando que existia essa questão, mas que ele queria equalizar um pouco isso e tornar o núcleo do Rio mais interessante, com um elenco que segurasse essa missão. De certa maneira, foi um convite honroso”, explicou o ator.
Porém, assim como na versão original, o núcleo do Rio de Janeiro não caiu nas graças do público. E, com a (aparente) decisão de manter a morte de Madeleine, este grupo de personagens voltou a ficar sem função. Tanto que os “remanescentes” Mariana (Selma Egrei) e Zaquieu (Silvero Pereira) já partiram para as terras de José Leôncio (Marcos Palmeira).
Mas, ao contrário da primeira versão, desta vez Gustavo teve um desfecho. Sua decisão de seguir viajando pelo mundo ao lado de Nayara deu uma despedida mais digna ao personagem.