De volta às novelas como o Pascoal de Fuzuê, Juliano Cazarré não perdeu tempo ao reclamar de personagem em novela que, segundo ele, não fazia o menor sentido.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O ator se referia ao Ninho de Amor à Vida, trama escrita por Walcyr Carrasco em 2013 para o horário das nove. Em entrevistas, o intérprete não perdia a oportunidade de disparar sobre a figura e reclamar da sua falta de função e atitude dentro da novela.
“Não sei de mais nada”
Em entrevista ao jornal Extra, na época de Amor à Vida, Juliano confessou que Ninho o deixava confuso.
“Continuo sem saber o que Ninho é. Ele é vilão? Não. Ele é mocinho? Não. Essa novela é doida também: quem é o vilão? É o Félix [Mateus Solano]. Não, o Félix é o herói agora. Eu não sei mais nada”, disse o global.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Além de se perder com o seu papel que realmente não era o dos mais bem explicados dentro do enredo, Juliano se referiu em sua fala sobre o fato de o personagem Félix ter deixado de ser o antagonista principal, perdendo totalmente os ares de vilanias para ser transformado em uma espécie de mocinho cômico.
Assim como o ex-vilão, o seu Ninho mudou bastante do início para o final da obra, fazendo com que o famoso precisasse conversar com o autor para ter certeza de como interpretá-lo.
“Recebia as mudanças no desespero. Ah, meu Deus: agora ele é rico? Não era pobre e hippie? Tá bom, vamos lá. Conversei com Walcyr um pouco durante a novela. Pedi uns caminhos para ele. Ele falou comigo e me ajudou. Fui me adaptando. O Ninho é muito diferente do personagem que eu fiz no primeiro capítulo. Mas é bacana, porque é um desafio, e a gente cresce no desafio”, revelou.
[anuncio_2]
Morde e assopra
Cazarré mordeu, mas também assoprou. O ator contou que gostou de trabalhar na produção, sobretudo por ter a oportunidade de contracenar com grandes atores.
“Mas foi bom fazer, me diverti, trabalhei com atores incríveis. Tive a chance de contracenar com o Antônio Fagundes. Tive a chance de trabalhar com Paolla Oliveira e Malvino Salvador, foi bacana ver o profissionalismo deles”, disse, na mesma entrevista.
Quando foi chamado para atuar em Serra Pelada – A Saga do Ouro, um filme que ganhou uma adaptação para a televisão pela Globo, Juliano fez questão de ressaltar a força de seu novo personagem e voltou a criticar o que ainda fazia no folhetim das nove.
“Estou doido para tirar de vez a zica desse Ninho”, disse ao jornal O Dia, em janeiro de 2014, minimizando o teor de suas reclamações. “Isso tem a ver com receber um personagem novo aos 45 minutos do segundo tempo. Ninho não é um personagem que se defende. Sinto falta de ele mostrar o seu lado na história, se defender. Por isso, estou feliz de fazer o papel do Juliano, de Serra Pelada, neste momento final da novela. O Juliano defende a razão dele. Já o Ninho é sempre arrastado pelos planos dos outros, nunca tem vontade própria”, justificou.
Mas ele não foi o único descontente. Ricardo Tozzi, que fazia o Thales na mesma produção, reclamou das mesmíssimas coisas na época, durante uma participação ao vivo no Mais Você de Ana Maria Braga. Marcello Antony, que interpretava o personagem Eron, também reclamou do tipo. Novela complicada.
Outro lado
Após a repercussão das declarações de Juliano Cazarré, o portal UOL procurou o autor Walcyr Carrasco para comentar. O novelista, então, respondeu com ironia.
“Bem, se ele matou uma mulher a tesouradas, ajuda a amante a roubar o dinheiro do marido e a beija na frente dele, que é cego, e ainda não sabe se é vilão, não tenho nada a comentar”, rebateu, em janeiro de 2014.