Ator da Globo viveu drama familiar por causa da esquizofrenia

Antonio Calloni - Além da Ilusão

Antônio Calloni (foto abaixo), que está no ar na reprise de Caminho das Índias (2009) no Viva, interpretou um personagem esquizofrênico em Além da Ilusão, recente novela das seis da Globo.

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Reprodução / Globo

Durante o trabalho no folhetim de Alessandra Poggi, o ator revelou que dedicou seu papel à sua avó, que sofria da mesma doença.

Drama familiar

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Em Além da Ilusão (2022), Antônio Calloni interpretou o juiz Matias. Após a morte de Elisa (Larissa Manoela), sua filha predileta, o magistrado começa a ter delírios, já que foi ele quem a matou, por acidente. Cada vez mais dividido entre a realidade e o delírio, o personagem acaba seus dias atormentado com visões da jovem.

Ao viver esse papel, Calloni prestava uma homenagem à sua avó, que sofria da mesma doença.

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“(…) é uma homenagem, de certa maneira, que estou fazendo a minha avó. Ela tinha uma irmã gêmea na Itália, e, à época, não havia esse diagnóstico tão preciso de esquizofrenia, e só conseguia me comunicar com ela quando era pequeno”, explicou ele em entrevista ao GShow em 3 de janeiro de 2022.

“É uma história muito bonita, que eu tive com a minha avó, e vou dedicar esse personagem a ela”, ressaltou ele.

Tirou a própria vida

Divulgação / Globo

Foi por conta da mesma doença que o ator Betito Tavares, o Cardosinho de Coração de Estudante (2002), em cartaz no Viva, se afastou da mídia. Segundo sua irmã, Milena Tavares, o artista enfrentava problemas de saúde mental há, pelo menos, dez anos.

“Foi difícil cair a ficha de que havia um problema psiquiátrico. Quando a gente percebeu, foi difícil fazer ele entender o que tinha. Ele não aceitava o problema… Quando conseguiu fazer algo, já estava um pouco avançado. Passamos uns oito anos tentando, mas era bicho solto, cavalo selvagem que não dava para prender. Não queria o tratamento”, contou ela em entrevista ao site Splash, do UOL.

Betito Tavares chegou a ficar internado por seis meses e estava fazendo uso de medicamentos controlados. Devido à reprise da novela no Viva, o ator chegou a ser procurado por um produtor de elenco, que sugeriu que ele fizesse um cadastro na Globo. No entanto, ele estava com dificuldades de decorar texto.

“Isso fez com que ele ficasse triste, ainda mais. A esquizofrenia provoca depressão… É muito difícil ver um transtorno tirar o brilho tão grande de pessoa. Há muito preconceito e ele ficou sozinho. Tinha fama, visibilidade e, de repente, a doença tirou tudo”, explicou Milena.

O ator foi encontrado morto aos 42 anos. Segundo sua irmã, ele tirou a própria vida.

Outros casos

Outros artistas também sofreram com a esquizofrenia. Um deles foi o ator Aleph Del Moral (foto acima), que ficou conhecido por participar da novela Vamp (1991), na qual viveu Rubinho, um dos filhos de Carmem Maura (Joana Fomm).

Após esse trabalho, Aleph continuou atuando no meio artístico. Mas começaram a surgir os primeiros sintomas da doença, que comprometeram sua carreira. Ele ainda atuou atrás das câmeras como operador técnico e de som em alguns curtas, entre 2004 e 2009.

Em 2015, o ator de 45 anos ficou desaparecido por sete meses, sendo encontrado em abril de 2016, em situação de indigência. Ele foi internado numa clínica para tratamentos psiquiátricos, até ser levado para casa de sua mãe, em Macaé (RJ), onde vive atualmente.

A ex-BBB Fani Pacheco também viveu um drama familiar. Ela relatou que, ainda criança, cuidava de sua avó, que sofria de câncer em fase terminal. Ela também cuidava de sua mãe, que foi diagnosticada com esquizofrenia.

“Aos nove anos, cuidei da minha avó materna em fase terminal de câncer aplicando morfina, trocando fraldas, fazendo comida, dando banho. Aos 14, descobri que minha mãe era esquizofrênica e minha família nunca me contou. Apanhei muito e achava que era má porque eu não tinha feito nada”, contou ela em entrevista à revista Quem, em 11 de julho de 2017.

Fani acrescentou que passou por problemas financeiros, sem ter ajuda de ninguém, mas que ao compreender a doença da mãe, ela nunca mais permitiu que fizessem alguma crítica contra ela.

“Fomos despejadas, telefone cortado, luz cortada. Virava noites, apenas eu e a vela. (…) Menor de idade, todos me viraram as costas: família grande, pai juiz. Afinal ninguém queria ‘problema’. Imagina ter o nome vinculado ao aluguel de uma doente mental? Com o nome da minha mãe sujo, onde iriamos morar?! Recebi ajuda de quem menos esperava. Depois de ler sobre sua doença, passei do ódio para o amor incondicional, nunca mais admiti as ofensas e as culpas que lhe atribuíam, mais nenhum membro da família, nem piadas macabras de pai ou madrasta. Foram sete anos em tempos periódicos de suas crises, mesmo menor eu conseguia internação em manicômio publico e fiz amigos”, contou.

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