Os telespectadores que estão de olho na reprise de Força de um Desejo (1999), no Viva, têm visto o talento de Reginaldo Faria no papel de Henrique Sobral, um poderoso barão dono de uma grande fazenda que cria uma simpatia pelo movimento abolicionista.

O ator, que esteve presente em inúmeros sucessos da TV, passou por um momento delicado em sua vida, ficando entre a vida e a morte.

“Foi um renascimento”

Força de um Desejo - Reginaldo Faria e Sônia Braga

Em dezembro de 2004, o ator estava em casa quando sentiu fortes dores no peito e foi imediatamente ao hospital. Logo que chegou, os médicos indicaram um cateterismo e uma angioplastia. Mas, durante o procedimento, ele teve uma alteração no ritmo cardíaco e uma brusca queda arterial. Reginaldo foi levado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em estado grave.

Em entrevista à Istoé Gente em novembro de 2005, o ator disse que viu a morte de perto.

“Se eu posso falar em metáfora, foi um renascimento. Cheguei muito perto da morte. Eu fui do lado de lá e voltei. As pessoas sempre têm uma visão de que certos atores televisivos têm que ter postura do galã, do homem poderoso”, comentou.

Um erro quase fatal

Segundo o ator, ele teria sido vítima de um erro médico.

“Cheguei ao hospital e eles começaram a querer fazer angioplastia (procedimento para desobstrução do vaso sanguíneo) e resolveram botar um stent (mola metálica que ajuda na circulação) sem me consultar. Porque, se falaram, eu estava inconsciente e não lembro de ter respondido”, disse.

“O stent explodiu a coronária. Fiquei 55 minutos com parada cardíaca e um aparelho bombeando o coração. Chamaram o médico da família. Ele resolveu a parada e conseguiu me tirar dessa situação. Pelo erro cometido, eles disseram que eu entrei no hospital com fortes dores no peito”, continuou.

O ator ficou em coma por alguns dias e teve alta no dia 4 de janeiro de 2005, passando o Natal e o ano novo internado. A seguir, Reginaldo resolveu processar a clínica.

“Decidi ir à Justiça porque eles foram muito inconsequentes. Não podem dispor da vida dessa forma. Prejudicaram não só a mim, mas a minha família e meus filhos. Todo mundo sofreu muito. É tempo, trabalho, gastos em hospitais. Hoje sou uma pessoa que precisa fazer permanentemente exercícios de revascularização do coração”, contou o ator, que não revelou o resultado do processo.

O apoio da família

Para Reginaldo, todo esse doloroso processo fez com que a família se unisse cada vez mais.

“Hoje a gente tem mais zelo um pelo outro. Eu e meus filhos (o diretor Régis Faria e os atores Marcelo e Carlos André Faria) estamos ligados mais intensamente. Não é que o amor tenha ampliado, mas hoje existe mais dedicação. Saio sempre com rádio e telefone celular, em qualquer lugar a gente está sempre se ligando”, falou o ator.

Hoje, com 85 anos, Faria continua ativo em seu trabalho. Seu último papel, até o momento, foi em Um Lugar ao Sol (2022), dando vida ao personagem Aníbal.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor