Amor Perfeito chegou ao fim no final do mês passado e um dos destaques da trama foi o ator Diogo Almeida, que interpreta o médico Orlando, profissional respeitado e bem-sucedido de Águas de São Jacinto.
Muitos fizeram críticas ao personagem, afirmando que um médico negro e próspero no Brasil dos anos 1940 seria impensável. O ator rebateu os comentários e afirmou que pesquisas feitas antes do início da novela das nove da Globo mostraram o contrário.
Hoje em dia, mesmo com todas as conquistas e lutas que a população preta conquistou ao longo dos anos, o preconceito ainda existe. E muitos telespectadores criticaram a trama de Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr., apontando que o papel de Diogo não correspondia à realidade da época.
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Trabalho sério
Em coletiva de imprensa, Diogo Almeida rebateu o público que afirmava que não havia médicos pretos na época em que a novela foi ambientada.
“Fizemos uma pesquisa quando começamos a novela, e vimos que existiam médicos pretos, sim, na década de 40, principalmente em Minas Gerais, na Bahia. Só que essas histórias nunca foram contadas”, comentou.
Para o ator, viver o Doutor Orlando foi um dos grandes presentes que recebeu em sua carreira.
“Tivemos poucos atores pretos como médicos na teledramaturgia. Nessa novela, tive a oportunidade de dar vida a uma dessas histórias”, falou.
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Uma nova história
Amor Perfeito mostrou que todos têm espaço na teledramaturgia, colocando personagens pretos em papéis de destaque, o que antigamente era impensável nas novelas de época. Ter um casal de protagonistas inter-racial, então, foi outro ponto importante.
“A população negra desse período ocupava diversas posições na sociedade, inclusive na área médica, e poucos sabem. Isso já norteia todo o desenvolvimento da história”, disse o diretor artístico André Câmara ao Notícias da TV em 20 de março deste ano.
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O amor verdadeiro
Para Camila Queiroz, que viveu Marê, mãe de Marcelino (Levi Asaf) e namorada de Orlando, o amor está acima de tudo.
“A novela fala sobre o amor em todas as suas formas. Só vamos mostrar mais uma forma de amor. Não é a cor da pele que vai dizer quem ama mais, quem ama menos, quem merece ser amado e quem não merece. Marê e Orlando não se escolhem por isso. Em nenhum momento levantamos essa fala nesse casal. Realmente, só queremos transmitir a mensagem de um amor que, ao meu ver, é uma coisa absolutamente normal”, opinou.
Final emocionante
Diogo ainda aproveitou para comentar o final da trama. O ator se diz satisfeito e emocionado com o destino de Orlando e Marê.
“Eu me emocionei muito lendo o último capítulo. É sempre uma surpresa. Quando começamos a gravar, imaginamos qual caminho a história vai tomar. E foi um rumo que me deixou muito feliz”.
