O apresentador Carlos Massa, conhecido como Ratinho, é uma das principais estrelas do SBT desde 1998, quando foi tirado da Record a preço de ouro. Mesmo distante dos incríveis resultados de seus primeiros anos, o Programa do Ratinho segue como um dos carros-chefe da programação da emissora de Silvio Santos.

Silvio Santos

E, no que depender de Ratinho, ele não sairá do horário nobre do SBT tão cedo. O apresentador já confessou que quer trabalhar na televisão até morrer e que tem muito medo de ser mandado embora pelo “homem do Baú”.

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Amor ao emprego

Ratinho

A revelação de Ratinho foi feita durante sua entrevista ao extinto programa Poder em Foco, exibido no dia 9 de setembro de 2018. A atração, exibida nas noites de domingo, era apresentada pela jornalista Débora Bergamasco. Os jornalistas Maurício Stycer, Cristina Padiglione e Leão Lobo também participaram da sabatina.

Durante a conversa, o apresentador contou que trabalhar na televisão é a grande diversão de sua vida e que quer fazer isso até morrer.

“Quero sair daqui em uma cadeira de rodas carregado para o cemitério. Quero morrer na televisão. Televisão pra mim não é trabalho, é um parque de diversões. Se eu pudesse morar no trabalho eu faria uma casa e moraria aqui dentro”, exagerou.

Justamente porque quer morrer comandando seu programa, Ratinho contou que um de seus maiores medos é ser demitido. Por isso, ele prefere evitar encontros com o “patrão” Silvio Santos.

“Corro dele o máximo que posso. Tenho medo dele me mandar embora. Onde eu vou trabalhar? Record vai me querer? Globo vai me querer? Band? RedeTV!? O Marcelo [de Carvalho] pega todos os horários pra ele e a mulher dele”, brincou.

Polêmicas

Ratinho Livre
Divulgação/Record

Ratinho se tornou popular na TV ao comandar o programa policial 190 Urgente, na CNT. Com isso, em 1997, o apresentador recebeu o convite da Record para comandar Ratinho Livre (foto acima), um “telebarraco” diário que roubava preciosos pontos da Globo em pleno horário nobre.

De olho no sucesso do concorrente, Silvio Santos tratou de tirar Ratinho da Record. Com isso, em 1998, o animador lançava o Programa do Ratinho no SBT, que atingia excelentes índices de audiência explorando a desgraça alheia, bizarrices, brigas de vizinhos e outras baixarias.

Porém, aos poucos, Ratinho foi mudando o foco da atração. A baixaria perdeu espaço e o humor se tornou a tônica, transformando a atração num grande show de auditório de variedades. O artista falou sobre a mudança durante sua participação no Poder em Foco.

“Nós acompanhamos não a mudança da sociedade, mas da comunicação. No primeiro momento eu fazia um programa de sensacionalismo, mas fazia humor também. Agora, vendo que a internet estava dominando o sensacionalismo, resolvi ir para o entretenimento”, esclareceu.

Interesse comercial

Ratinho e Lucimara Parisi

Durante sua longa parceria com o SBT, Ratinho (na foto acima, com Lucimara Parisi) teve altos e baixos. A partir de 2005, seu programa passou por inúmeras reformulações, na tentativa de elevar os números e, principalmente, transformá-lo num sucesso comercial. No entanto, as mudanças não surtiram muito efeito e o Programa do Ratinho chegou a sair do ar no final de 2006.

Nos anos seguintes, Ratinho passou a comandar outras atrações, como Jornal da Massa (2007), Você é o Jurado (2007) e Nada Além da Verdade (2009). Mas, em 2009, seu Programa do Ratinho voltou ao ar, marcando uma nova parceria entre o apresentador e o SBT: ele deixava de ter um salário e passava a dividir custos e lucros do programa com a emissora. Este modelo prevalece até hoje.

“Sensacionalismo nunca vendeu para grandes empresas. Acho que o entretenimento vende mais. Eu não me policio. Estou me acostumando a ser um pouquinho politicamente correto, mas não gosto. Falo sensacionalismo para vocês entenderem. Faço programa popular”, observou.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor