Atualmente brilhando no Caldeirão (foto abaixo), Marcos Mion se tornou um dos principais apresentadores da Record ao lançar o Legendários, em abril de 2010.

Marcos Mion
Reprodução / Globo

A atração demorou um pouco para engrenar, mas o apresentador implementou as mudanças necessárias e o programa decolou, tornando-se vice-líder de audiência nas noites de sábado e chegando a incomodar a Globo.

Mas, em 2017, a Record mexeu no time que estava ganhando e se deu mal. A emissora mudou o dia de exibição do formato, transferindo-o para as noites de sexta-feira, e a audiência de Legendários desabou. Para Mion, a mudança foi um grande erro do canal.

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Sucesso aos sábados

Legendários
Reprodução / Record

Legendários estreou como uma resposta da Record aos programas de humor voltados ao público jovem, como Pânico na TV, da RedeTV!, e CQC, da Band. Por isso, seu formato inicial era uma espécie de mistura dos dois concorrentes. No entanto, aos poucos, Mion foi promovendo mudanças na atração.

Assim, saíram as reportagens “engraçadinhas” e entraram convidados e jogos no palco do Legendários. Mion passou a beber da fonte dos programas de auditório de variedades, como o lendário Viva a Noite, e se deu bem. Ele conseguiu se firmar como animador e ampliou seu alcance junto a um público mais diverso.

Com isso, Legendários se tornou um destaque da grade da Record. Rotineiramente, o programa batia o SBT e se mostrava um forte concorrente ao Altas Horas (foto abaixo), da Globo. Entre 2010 e 2016, ele reinou absoluto nas noites de sábado.

Altas Horas

Mesmo com o sucesso, a Record decidiu transferir o programa para as noites de sexta-feira em 2017. A emissora tomou essa medida porque, aos sábados, era exibido também o Programa da Sabrina, e as duas atrações de auditório começaram a “disputar” anunciantes. Assim, a mudança para a sexta era uma tentativa do canal de elevar o faturamento do Legendários sem prejudicar o sucesso comercial do programa de Sabrina Sato.

Mudança desastrosa

Legendários - Marcos Mion e Sabrina Boing Boing
Divulgação / Record

A medida, claro, revelou-se um desastre. Às sextas-feiras, Legendários viu sua plateia diminuir consideravelmente e passou a se posicionar em terceiro lugar no Ibope, atrás da Globo e do SBT. Com isso, no final de 2017, a emissora optou por extinguir a atração.

Mion, então, passou a bater ponto em A Fazenda. O apresentador não escondeu a felicidade de comandar o reality show, formato que sempre se declarou fã, mas não poupou a emissora e a criticou por conta do fim do Legendários.

“Cometeram um grande erro”, desabafou o apresentador ao Notícias da TV, em novembro de 2018.

“A Record queria colocar na sexta porque era mais forte comercialmente, e a mudança para a sexta foi uma pá de cal gigantesca. Porque não é simplesmente mudar o dia de exibição do programa, porque você muda muita coisa. É muita ingenuidade, só gente que não entende de TV que acha que mudar de horário ou de dia vai continuar tudo igual”, detonou.

Prazo de validade

A Fazenda - Marcos Mion

Apesar de considerar que a Record errou ao mudar o dia de exibição do Legendários, Marcos Mion também enxergou que o programa já dava sinais de que estava expirando seu “prazo de validade”.

“Nossa proposta era fazer um programa diferente a cada semana, mas chegou um ponto que um mesmo artista chegou a participar de dez programas no mesmo ano, A gente chegou à conclusão de que estava na hora de acabar”, observou.

Com o fim do Legendários, Marcos Mion ainda permaneceu na Record por mais três anos, à frente de A Fazenda (foto acima). O apresentador também tentou emplacar um novo programa diário, no fim de noite, mas a ideia não avançou.

Mion deixou a Record no início de 2021. No segundo semestre do mesmo ano, o artista assinou com a Globo e, desde então, comanda o Caldeirão com Mion nas tardes de sábado.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor