Quem viveu os anos 90, com certeza acompanhou o auge do estilo musical funk melody, que ganhou o país com a dupla Claudinho e Buchecha.

Claudinho e Buchecha
Reprodução / Web

Claudinho faleceu em um acidente de carro em 2002, deixando o amigo com um arrependimento para o resto da vida…

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Sucesso avassalador

Claudinho e Buchecha
Reprodução / Web

Os amigos, que cresceram juntos na cidade de São Gonçalo (RJ), despontaram para a fama depois de participarem de bailes funk e concursos de Rap no bairro onde viviam.

O primeiro grande sucesso da dupla foi o “Rap do Salgueiro”, que se tornou hit instantâneo em todo o Brasil. Com o aumento da popularidade, a dupla transferiu-se para a Ilha do Governador, de onde não sairiam mais.

Em 1996, eles gravaram o primeiro disco, intitulado Claudinho e Buchecha, que trouxe o sucesso “Conquista”, que alcançou 1,2 milhões de álbuns vendidos.

No ano seguinte, com o disco intitulado “A Forma”, eles se consagrariam na história da música popular brasileira, com o mega sucesso “Quero Te Encontrar”, ganhando inúmeros prêmios e atingindo o recorde de 1,5 milhão de cópias vendidas.

Eles lançaram mais três trabalhos de grande repercussão: Só Love, em 1998, um disco ao vivo, em 1999, e Destino, em 2000.

Tragédia na rodovia

Claudinho
Reprodução / Web

No entanto, uma tragédia interrompeu os planos e a trajetória ascendente de Claudinho e Buchecha. No dia 12 de julho de 2002, durante a turnê de lançamento do sexto disco, Claudinho ligou para Buchecha informando que não iria na van da banda que se apresentaria naquela noite em Lorena (SP). O cantor disse que iria em seu próprio veículo.

Na madrugada do dia 13, o carro em que Claudinho e um empresário estavam saiu da pista na Rodovia Presidente Dutra e bateu em uma árvore. O artista, que estava no banco do carona, morreu na hora.

Bastante abalado pela perda do amigo de infância, Buchecha comentou em entrevistas que ficou em depressão durante três anos e contou com o apoio de amigos e da esposa para voltar a cantar.

Lamento

Buchecha
Foto: Divulgação

Em 3 de novembro de 2015, Buchecha foi convidado do quadro Foi Aqui, no Vídeo Show, e visitou o clube onde iniciou a sua carreira ao lado de Claudinho, em São Gonçalo.

“Ele inscreveu a gente contra a minha vontade”, comentou o cantor.

Em seguida, ele admitiu que a dupla não tinha pretensão alguma de vencer o concurso e, muito menos, conquistar o sucesso que alcançaram tempos depois.

“Nossa história foi muito além da previsão de meninos da comunidade”, continuou.

Bastante emocionado por retornar ao lugar onde tudo começou, Buchecha revelou o que gostaria de dizer ao amigo caso tivesse a chance de reencontrá-lo.

“Eu, por exemplo, não falava para ele diretamente: ‘Eu te amo’. Ele falava direto”, lamentou.

“Então é uma coisa que eu faria claramente para ele: ‘Cara, eu também te amo!’. Enfim, tanta coisa que ele merecia ouvir e eu não tive coragem de ter falado, mas falaria hoje com quase 42 anos de idade”, desabafou.

Participação especial

Buchecha e Sheron Menezzes
Reprodução / Globo

Hoje, Buchecha está com 47 anos e continua se apresentando em todo Brasil. Recentemente, ele fez uma participação especial em Vai na Fé, atual novela das sete da Globo.

No episódio, o cantor apareceu logo após Sol (Sheron Menezzes) cantar uma paródia de “Nosso Sonho”, sucesso da dupla, para vender suas quentinhas.

Depois, Buchecha apareceu na igreja onde a protagonista participava do coro e ficou encantado. Em uma conversa entre os dois, a mocinha ficou empolgada em retomar a carreira artística.

“Aprendi que a arte, a fé, a família, tudo isso anda junto dentro da gente. Não tem como separar uma coisa da outra. Volta a espalhar alegria para as pessoas. Um artista tem uma missão na vida. Ser artista não vai embora de você. Volta pro palco, Sol!”, afirmou o cantor em cena.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor