A Praça é Nossa, que completou 35 anos no SBT, segue à risca um formato que já tem quase 70 anos de vida. O programa atravessou gerações e ainda tem um público cativo, que se diverte com o humor simples que atinge todas as classes sociais.
Criado por Manoel da Nóbrega, o programa é comandado pelo seu filho, que cuida do banco mais valioso da TV. Carlos Alberto de Nóbrega segue firme no comando da atração, mas tem uma visão pessimista sobre o futuro.
“Não imagino a Praça nem daqui a cinco anos”
Em entrevista ao programa Conversa com Bial, em 25 de junho de 2021, Carlos Alberto foi questionado por Pedro Bial sobre como ele enxergava a Praça daqui a 30 anos. A resposta surpreendeu a quem assistiu.
“Não imagino a ‘Praça’ nem daqui a cinco anos. Acho que a ‘Praça’ acaba comigo. Seria desejar um mal enorme para o Marcelo passar tudo aquilo que eu passei. E o sonho do Marcelo seria sentar ali no banco. Mas eu acho que é muito peso. E eu gosto demais dele para querer isso pra ele. Porque o lugar é dele. Só que a comparação… Ele não tem a estrutura que eu tive. Eu comecei a trabalhar com meu pai aos nove anos de idade. Nós tínhamos uma afinidade muito grande”, falou.
O programa é dirigido por Marcelo de Nóbrega, filho de Carlos Alberto. Ele experimentou a responsabilidade de se sentar sozinho no banco quando comandou o especial A Pracinha, com a participação de crianças no lugar dos humoristas.
A produção teve boa audiência e recebeu críticas positivas. Além disso, ele também participou como ator, atuando ao lado de Arnaud Rodrigues e de Rony Rios. Tudo leva a crer que ele será o herdeiro da Praça, dando continuidade ao trabalho de seu avô.
Momento delicado
Mas a preocupação de Carlos Alberto vai além do futuro do humorístico. Marcelo enfrentou um grave problema de saúde em 2019, quando sofreu oito paradas cardíacas ao ser submetido a uma angioplastia. O apresentador da Praça, inclusive, usou o fim do programa para agradecer os médicos que salvaram a vida do filho.
Em março de 2020, no programa Luciana By Night, da RedeTV!, Carlos Alberto disse que o cigarro é o maior culpado pelos infartos de Marcelo.
“Continua [fumando]. Não adianta, já joguei a toalha. Os meus filhos, que são irmãos dele, e a mãe dele cobram de mim uma atitude. Ele tem 56 anos de idade, ele é avó. É ridículo e eu chegar e falar: ‘Não vai fumar, porque faz mal’. É ridículo. A vida é dele. Eu joguei a toalha. Eu fico muito triste”, desabafou.
Uma coisa é certa: o público que tanto gosta da Praça é Nossa torce para que tanto o humorístico quanto pai e filho tenham vida longa na televisão brasileira.
