Todo reino tem um sucessor, e aqui, um famoso banco tem um herdeiro direto. Marcelo de Nóbrega, filho de Carlos Alberto de Nóbrega, é diretor de A Praça é Nossa e pode, um dia, assumir o comando do programa humorístico mais tradicional da TV, sucedendo seu pai, que, por sua vez, ficou no lugar de Manuel de Nóbrega.

A Praça é Nossa - Carlos Alberto de Nóbrega

Nascido em uma família de artistas, Marcelo nunca escondeu a vontade de trabalhar no meio. Ainda nos anos 1980, ele fez seu primeiro trabalho como ator participando das esquetes de Os Trapalhões, programa no qual seu pai era roteirista. Também fez parte do elenco da minissérie Anos Dourados, dando vida ao personagem Cadu.

No entanto, problemas recentes de saúde deram e ainda dão muitas preocupações para o pai, incluindo o vício no cigarro, como veremos mais abaixo.

Sucesso como ator, diretor e cantor

Em 1987, foi junto com o progenitor para o SBT e se sentou no banco da praça como ator, fazendo um personagem que sempre falava de forma sarcástica sobre seu pai. Com a fama conquistada no humorístico, no ano seguinte, ele lançou o seu primeiro disco e começou a participar constantemente dos programas de Silvio Santos e Gugu Liberato.

Marcelo começou a se destacar na Praça e, ao lado de Arnaud Rodrigues, criou a dupla sertaneja Chitãoró e Xorãozinho. Outro comediante com quem o ator trabalhou foi Rony Rios, que interpretava ao seu lado o Explicadinho.

Além de atuar, Marcelo passou a dirigir a Praça e também a Escolinha do Golias, que contava com Carlos Alberto e Ronald Golias. Mas ele não deixou a carreira de cantor de lado e, em 1994, lançou o sucesso Bota Mais Perfume.

Polêmica com Sandy e Jr.

Em novembro de 2020, Xororó contou no documentário Sandy e Junior: A História que a dupla foi expulsa de um programa na década de 1990. Esse fato abalou os irmãos, que na época eram crianças. O que teria ocasionado a briga foi a presença dos seguranças no estúdio da atração. O público começou a tentar desvendar quem teria sido a pessoa que expulsou a dupla, e Marcelo assumiu o fato.

“Na ocasião, aconteceu isso sim. A história verdadeira foi que eles foram convidados por mim (para gravar A Praça É Nossa), inclusive, porque gosto muito deles, são muito queridos. Quando olho para fora, vejo chegando um ‘exército’ no SBT. Perguntei ao responsável da gravadora se podia tirar os seguranças, e ele falou: ‘se você quiser, levo eles embora’, como se não precisassem da Praça. O meu sangue ferveu, fui proteger os meus artistas. Não precisava daquele exagero. Ele me enfrentou e eu o enfrentei”, relatou Marcelo ao site Na Telinha.

Oito paradas cardíacas

Com apenas 57 anos, Marcelo passou recentemente por um momento delicado. Em 2019, sofreu oito paradas cardíacas ao ser submetido a uma angioplastia, mas conseguiu sobreviver.

Carlos Alberto usou a Praça para fazer uma homenagem ao filho e agradecer à equipe médica que o salvou. Mas afirmou que tudo isso ocorreu por conta do cigarro.

“Continua [fumando]. Não adianta, já joguei a toalha. Os meus filhos, que são irmãos dele, e a mãe dele cobram de mim uma atitude. Ele tem 56 anos de idade, ele é avó. É ridículo e eu chegar e falar: ‘Não vai fumar, porque faz mal’. É ridículo. A vida é dele. Eu joguei a toalha. Eu fico muito triste”, desabafou Carlos Alberto no programa Luciana By Night.

Recuperado, Marcelo continua dirigindo a Praça e mostrou que tem talento para ser o titular daquele famoso banco quando comandou o especial A Pracinha, com um elenco totalmente formado por crianças.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor