O quadro Ding Dong foi um dos últimos trunfos do extinto Domingão do Faustão, da Globo. Na atração, que era uma espécie de Qual É a Música, os participantes tinham que adivinhar que música tocava a partir de toques de campainha. Assim que a canção era revelada, músicos entravam no palco para se apresentar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Normalmente, duas duplas disputavam a competição a cada domingo, o que sempre rendia participações divertidas. No entanto, em julho de 2016, a diversão deu lugar ao desconforto e uma bronca homérica de Faustão no ar. Tudo aconteceu após o ginasta Diego Hypolito passar mal nos bastidores ao ser impedido de entrar no estúdio.
Barrado no baile
Diego Hypolito estava confirmado como um dos participantes do Ding Dong exibido em 17 de julho de 2016. O atleta participaria do game do Domingão do Faustão ao lado da irmã, a também ginasta Daniele Hypolito. O jogador Neymar e o ator Rafael Zulu eram os outros convidados da atração.
No entanto, minutos antes de entrar no ar, Diego recebeu uma ligação. Em seguida, ele avisou que não poderia participar do Ding Dong. Caso contrário, ele estaria fora dos Jogos Olímpicos daquele ano. A situação foi tão tensa que Diego acabou passando mal, precisando ser socorrido pela equipe médica da Globo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Assim, os demais participantes entraram no ar sem a presença de Diego. Daniele Hypolito justificou a ausência do irmão, afirmando que ele precisou atender a “compromissos com a seleção”. No entanto, Faustão não gostou nada da história e soltou o verbo contra o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Bronca de Faustão
No ar, Faustão relacionou a proibição da participação de Diego Hypolito a uma suposta censura, já que o ex-técnico do atleta, na época, havia sido afastado após ser acusado de abuso sexual. Por isso, o animador fez uma severa crítica ao COB.
“Na verdade, o Diego não deve ter vindo por ter tido problema com o treinador dele, o Fernando Carvalho, acusado de abuso sexual. Mas a gente esperava ele aqui”, disparou Faustão, no ar.
“O fato de o treinador ter sido afastado por causa de uma suspeita não tem nada a ver com ele. Aí o dirigente, que deve ser um imbecil, liga para ele antes de entrar no ar e manda ele não participar. Ficou o Diego chorando, porque era a chance que ele tinha de receber uma homenagem. Porque a gente sabe que as condições de atletas no Brasil são ótimas, não é? Igual Alemanha, Estados Unidos. Uma decisão imbecil, que só dirigente brasileiro toma uma atitude imbecil assim. A sociedade brasileira espera uma posição de Carlos Arthur Nuzman [presidente do COB]”, cravou.
Resposta
Logo após a bronca, Faustão chamou ao palco a chefe de produção do programa, Natália Dumas, para explicar o que havia acontecido com Diego. A profissional, então, afirmou que o ginasta estava pronto para entrar no palco quando recebeu o telefonema sobre a proibição. Ela confirmou que o atleta passou mal e precisou ser atendido pela equipe da Globo.
Porém, pouco tempo depois, o programa recebeu uma resposta oficial do COB se eximindo de qualquer responsabilidade no caso. A proibição à participação de Diego foi atribuída ao técnico do atleta, Marcos Goto.
“Ofendido injustamente”
Em comunicado oficial no qual negou participação no caso, o COB fez questão de ressaltar que seu presidente foi alvo de uma injustiça por parte de Faustão.
“Foi uma decisão do técnico do atleta na seleção brasileira da Confederação Brasileira de Ginástica, Marcos Goto, com a intenção de evitar tirá-lo do foco às vésperas dos Jogos Olímpicos. Vale ressaltar que o atleta não pediu autorização ao seu treinador para participar do programa. Por fim, esclarecemos que o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, foi ofendido injustamente, sem que tivesse qualquer participação no fato, uma vez que em nenhum momento foi consultado ou participou dessa decisão”, dizia a nota.
Na época, o site Globo Esporte procurou o técnico Marcos Goto (foto) para falar sobre o assunto, mas o treinador afirmou que não estava sabendo da história. O repórter, então, explicou o que estava acontecendo, mas Goto insistiu que não tinha nada a falar.