A década de 1990 revelou inúmeros ídolos na música brasileira. Um deles foi Vinny, dono do hit “Heloisa, Mexe a Cadeira”, que atingiu o topo da parada de sucesso entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
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Hoje, aos 58 anos e longe da mídia, Vinny afirma que todo o sucesso que teve “é uma espécie de morte”.
Caminhando para o sucesso
Vinícius Bonotto Conrado começou a carreira no início dos anos 1990, como vocalista da banda Hay Kay, que emplacou a música “Segredos” na trilha sonora de Vamp (1991) e “Teu Olhar” em De Corpo e Alma (1992).
Em 1995 ele lançou seu primeiro álbum solo, mas só em 1997 ele atingiu o sucesso com o lançamento do disco Todomundo, que tinha a música “Heloísa, Mexe a Cadeira”, que invadiu as rádios e os programas de TV.
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O sucesso seguiu com Shake Boom em 1998, que seguiu a mesma fórmula do hit anterior. A canção, mais uma vez, alçou Vinny como um dos cantores mais tocados do país.
Ele fez parcerias com Xuxa e a banda LS Jack, mas o que ficou marcado na lembrança das pessoas foi o hit “Uh! Tiazinha”, que contava com Suzana Alves, intérprete da personagem que fazia a cabeças dos homens no programa H, comandado por Luciano Huck na Band.
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“Uma espécie de morte”
Após esses êxitos, Vinny não conseguiu emplacar hits e sua carreira começou a sofrer um declínio. Com isso, o cantor sumiu das rádios e dos programas de TV.
“Você vê teu público diminuindo, a quantidade de shows diminuindo… Você vê tudo diminuindo. É uma espécie de morte. Todos nós vamos passar por um espécie de morte, mesmo que biológica. O que não quer dizer que você precise morrer. Você pode se reinventar, pode refazer sua vida. Eu nunca me assustei porque eu previa isso. Eu sei que isso é assim”, relatou ao canal do músico Mateus Starling.
Para Vinny, a carreira musical já é passado e ele não pensa em voltar a cantar ou buscar um novo sucesso.
“A quantidade de vezes que eu ouvi alguém falar ‘mexe a cadeira’ é a mesma quantidade de vezes que vieram me perguntar quando eu ia fazer um novo ‘mexe a cadeira’. Nunca mais. Aquilo foi uma conjunção de coisas, de fatores, e fazia parte de um momento. Hoje se eu fizer algo parecido seria no mínimo ridículo, como se eu estivesse tentando recuperar algo que tive um dia. A onda passou, a vida continua”, afirmou.
Mudando a carreira
O ex-cantor se dedicou aos estudos e cursou as faculdades de Filosofia, Ciências Sociais e Psicanálise. Na pandemia, ele atendeu vários pacientes de forma remota.
“Fiz Filosofia e me apaixonei. Fui para Argentina e fiz mestrado em ciências sociais e me apaixonei pela vida acadêmica. Vim para cá de volta para o Brasil, fiz Psicanálise e me tornei psicanalista. Atendi durante muito tempo durante a pandemia, 12 pessoas por dia online. E aí eu comecei também a escrever sobre terapia online”, contou à Quem em 28 de março deste ano.
Vinny afirma que soube aproveitar o sucesso, mas que também já se preparava para o ostracismo.
“Me preparei pra essa subida por dez anos, mas pra queda me preparei a vida inteira. Desconfiava de alguma forma que era uma onda. A queda é inerente ao declínio. Falar em decadência, derrota, declínio, é quase um pecado, mas ‘velho’, se a gente entender como funciona e usar isso a nosso favor pode ser um impulso a outra”.