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Há 40 anos, o horário das 18 horas de novelas da Globo ousava adaptar Nelson Rodrigues: o folhetim O Homem Proibido – que o autor assinou sob o pseudônimo de Suzana Flag, publicado em 1951 no jornal Última Hora, do Rio de Janeiro.
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A Censura do Governo Federal ficou atenta e, depois de muito revisada pelos padrões dos “bons costumes”, a estreia aconteceu com um dia de atraso.
O primeiro capítulo não foi ao ar na segunda-feira (1º de março de 1982), como estava previsto. Em seu lugar, foi reapresentado o Especial de Fim de Ano de Roberto Carlos (de dezembro de 1981).
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Para que os primeiros capítulos fossem ao ar, a Globo teve de aceitar a imposição de 10 cortes feita pela Censura Federal. Uma das alegações era a de que os diálogos entre as primas Sônia e Joyce (Elizabeth Savala e Lídia Brondi) indicavam que elas eram homossexuais.
Na verdade, o que chamou a atenção da Censura foi a trinca Nelson Rodrigues – o Anjo Pornográfico – e David Cardoso e Alba Valéria – atores do circuito da pornochanchada, do cinema nacional.
A repercussão da ação da Censura acabou funcionando como publicidade e atraiu os telespectadores que ainda não haviam se interessado pela atração.
Nada demais
Cautela em vão. O Homem Proibido não trouxe nada além do permitido para o horário. Apenas uma história de amor contada no clima melodramático de Teixeira Filho, o adaptador, com quase nada do universo de Nelson Rodrigues. Menos ainda uma nudez de David Cardoso ou Alba Valéria.
Teixeira Filho criou novos personagens para que o texto original sustentasse a trama de uma telenovela. Assim, os protagonistas foram inseridos em tramas paralelas.
Foi a última novela de Teixeira, que faleceu em 24 de abril de 1984, vítima de insuficiência pulmonar.
Apesar da pouca repercussão da novela, Lídia Brondi destacou-se com sua personagem, a vilã Joyce, que passou boa parte da trama fingindo-se de cega e enganando os demais personagens.
Troca do tema de abertura
Ainda uma curiosidade envolvendo a música da abertura. Durante a exibição da novela, “Queixa”, composta e interpretada por Caetano Veloso, foi substituída por uma versão instrumental.
Em 2018, Caetano revelou a Tatá Werneck, no programa Lady Night, que pediu insistentemente para que a Globo tirasse sua música da abertura da novela, por ela representar um momento delicado de sua vida, marcado por uma desilusão amorosa.
AQUI tem tudo sobre O Homem Proibido: a trama, o elenco, personagens, trilha sonora e mais curiosidades.