Astro da Globo teve final sofrido: “Não reconhecia mais as pessoas”

Muitos artistas fizeram história na teledramaturgia brasileira. Um deles foi Paulo Gracindo, que merece um capítulo inteiro nessa trajetória da nossa TV. Infelizmente, seus últimos dias foram difíceis.

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Foram inúmeros os papéis que Paulo viveu ao longo de sua carreira. E muitos personagens fazem parte, até hoje, do imaginário popular.

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Em 1973, ele deu vida ao corrupto prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu, em O Bem Amado. Já em Gabriela (1975), interpretou o Coronel Ramiro Bastos. Na novela O Casarão (1976), ele viveu o apaixonado pintor João Maciel. Outro sucesso foi Roque Santeiro (1985), quando ele foi o Padre Hipólito, que seguia à frente da paróquia de Asa Branca.

Um artista versátil

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Além da TV, Gracindo mostrou o seu talento no cinema e no teatro e provou que era um artista versátil ao interpretar personagens tanto em histórias dramáticas como em comédias. Primo Pobre e Primo Rico, que ele fazia ao lado de Brandão Filho no rádio e na TV, marcou época em programas de humor. Também foi apresentador, comandando o game show Oito ou Oitocentos? (1976).

Seu último trabalho no horário nobre foi em Rainha da Sucata (1990), quando interpretou Alberto Figueroa, o Betinho. Depois disso, participou de Vamp (1991), Deus nos Acuda (1992) e Mulheres de Areia (1993).

Seu último trabalho na televisão foi na minissérie Agosto (1993), quando viveu o maestro Emílio, que sempre falava com o Comissário Alberto Mattos (José Mayer). Nessa ocasião, o ator já trabalhava com dificuldades por conta de sua saúde debilitada.

Um fim sofrido

Paulo Gracindo morreu no dia 4 de setembro de 1995, aos 84 anos, depois de lutar contra um câncer de próstata. O filho Gracindo Jr., que também é ator, contou sobre os últimos dias de seu pai.

“Além do problema da próstata, ele sofria do mal de Alzheimer e não reconhecia mais as pessoas. Há um ano e meio, com a morte de minha avó, ele ficou muito abatido. Mas o que fica da vida dele é o amor pela profissão. Tenho orgulho de ser filho de um homem que abraçou a carreira de ator há 62 anos e que dizia: ‘seja carroceiro, mas seja um bom carroceiro’”, contou ao O Globo, em 05/09/1995.

Mesmo triste com a perda do pai, ele se sentiu aliviado.

“De certa forma, fico feliz com a morte dele porque sei que daqui para a frente ele começaria a sofrer muito com a doença. Era um grande profissional e deixa para o país uma história de vencedor. E por tudo isso mereceu ter uma morte digna”, disse o ator.

A morte de um artista não leva seus personagens, que permanecem vivos em tapes, reprises e na memória do povo. Ao falar sobre uma possível aposentadoria, Paulo Gracindo mostrou que não queria parar e o público era a sua paixão.

“Estou sempre pensando que vou encerrar a profissão, mas ela não dá folga. O teatro é necessário. É a coisa mais linda da vida; sentir o público perto com o seu carinho me seduz”, declarou.

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