Por muitos anos, Alexandre Régis foi astro de humorísticos clássicos da televisão brasileira. Muito lembrado até hoje por suas passagens em A Praça É Nossa, no SBT, e Zorra Total, na Globo, ele esteve ainda em Satyricon, Chico City, O Planeta dos Homens, Viva o Gordo, Chico Anysio Show e Os Trapalhões.

Renato Aragão (Didi)
Renato Aragão, o Didi (Reprodução / YouTube)

Neste último, dividia a cena com Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum e Zacarias. No entanto, o comediante não tem boas lembranças do intérprete de Didi. Tanto que, numa recente entrevista, classificou o humorista como “chato” e “mala”.

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“Era um mala”

Alexandre Régis e Carlos Alberto de Nóbrega em A Praça É Nossa
Alexandre Régis e Carlos Alberto de Nóbrega em A Praça É Nossa (divulgação/SBT)

Filho do comediante Pituca, Alexandre Régis cresceu na televisão e participou de diversos programas de humor. Recentemente, ele deu uma entrevista ao podcast GeralPod, no qual detonou Renato Aragão, com quem trabalhou quando era criança.

“Chato pra c***”, disparou, ao ser questionado sobre o comediante. “Essa era a época que ele era chato. Agora ele tá bonzinho”, completou. “Ele era um mala. Pô, ele é advogado, vai me processar”, brincou.

Régis disse ainda que as histórias envolvendo Renato Aragão, como a de que ele não aceita ser chamado de Didi, e sim de “seu Renato”, são verdadeiras. O ator também contou que o astro de Os Trapalhões tinha o hábito de analisar todo o roteiro do programa e escolher para ele as melhores piadas, repassando as que ele considerava ruins para Mussum ou Zacarias.

“Eu era moleque, tinha 10, 11 anos (…). Um dia, no ensaio, eu só tinha uma fala. Eu dei a fala, todo mundo riu (…). Aí o Renato virou pra mim, ‘Pituquinha, vem cá. Não fala essa frase não porque ela sai um pouco do que tá acontecendo no quadro e aí depois eu me perco. Só faz uma cara, mas não precisa falar essa fala’. Eu falei ‘tudo bem, tio’. Fomos gravar. Ele deu a minha frase! Aí todo mundo riu, ele pegou pra ele”, lembrou.

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Barrado na festa

 

Na mesma entrevista, Alexandre Régis contou ainda uma história que ele disse ter sido contada por Roberto Guilherme, o intérprete de Sargento Pincel.

“Essa eu posso contar, porque o Guilherme contava essa história… mas ele contava com uma alegria… que, porra, ele passou uma vergonha horrorosa, mas achava aquilo… acho que botou até no currículo dele (…). Ele tava gravando Os Trapalhões e alguém perguntou pra ele: ‘tu vai na festa do Seu Renato?’. ‘Que festa?’. ‘Ele vai dar uma festa na casa dele hoje’. ‘Não, ele não me chamou… deve ter esquecido, tanta gente, né?’. Foi pra casa, tomou banho, se arrumou e chegou na porta da casa do seu Renato e se identificou”, narrou o comediante.

Ainda de acordo com Régis, Roberto Guilherme se surpreendeu ao ser informado que seu nome não estava na lista de convidados. No entanto, ele teria avistado a esposa de Renato Aragão e a chamou. Ela, por sua vez, foi atrás do anfitrião, que foi até à porta conversar com o intérprete de Sargento Pincel.

“Oh, Roberto, desculpe aí, não te chamei porque é uma festa só pra amigos, uma coisa mais íntima, depois eu vou dar uma festa maior e aí eu te chamo”, teria dito Renato ao colega, enquanto a casa estava lotada.

“E não entrou! A casa caindo gente pelo telhado, gente pra c***”, finalizou.

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Trajetória

Veja o Gordo
Veja o Gordo (divulgação/SBT)

Filho do humorista Mozart Régis “Pituca” e de Maria de Fátima Vaz Régis e irmão do ator Mozart Régis Jr, Alexandre Régis começou na TV aos cinco anos, no humorístico Balança Mas Não Cai (1968), na Globo.

Depois disso, foram outros inúmeros trabalhos em diversos programas de humor e atrações infantis da emissora. Ele também chegou a fazer uma participação na novela De Quina Pra Lua (1985). Depois, em 1988, chega ao SBT para integrar o elenco de Veja o Gordo, com Jô Soares. Nos anos 1990, se destacou como O Maluco e Areke, personagens que interpretou em A Praça É Nossa, no SBT.

Em 2000, migrou para a Globo, integrando por anos o elenco do Zorra Total. Ele seguiu no programa em 2015, quando a atração foi reformulada e passou a se chamar apenas Zorra. Com o fim da atração, voltou a aparecer em A Praça É Nossa em 2022, como Felício.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor