Edson Cury, o Bolinha (foto abaixo), foi um dos maiores apresentadores de auditório da TV. Com seu jeito divertido e bonachão, ele divertia o público com os calouros e o famoso quadro Eles e Elas. O Clube do Bolinha, exibido pela Band (então TV Bandeirantes) entre 1974 e 1994, foi responsável por descobrir grandes talentos da música.

Edson Cury, o Bolinha
Reprodução / Band

Bolinha faleceu no dia 1º de julho de 1998, aos 61 anos, vítima de um câncer no aparelho digestivo. Os últimos momentos de sua vida foram relatados pela filha Vitória Cury.

A primeira despedida

Vitoria Cury
Reprodução

Segundo Vitória (foto acima), o apresentador não queria ser internado no hospital, mas acabou cedendo e fez um pedido especial.

“Ele relutou muito. ‘Como assim, eu tô ótimo, o que eu vou fazer no hospital?’, mas conseguimos convencê-lo. Na hora de sair do carro, ele disse: ‘Não vou entrar no hospital, porque não saio mais. Tenho que me despedir de São Paulo, essa cidade que tanta coisa boa me deu’. Ficamos andando por vários locais. Eu, em prantos no banco de trás do carro, mas não deixei ele perceber. Só depois demos entrada no hospital. Ele tinha plena consciência de que não sairia mais dali”, relatou Vitória ao site Na Telinha em 16 de julho de 2021.

“É, filha, não tem mais jeito”

Clube do Bolinha
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Internado, Bolinha viu sua situação piorar, e Vitória foi chamada às pressas para falar com o pai.

“No dia 30, ele estava ótimo. Saí do hospital e, assim que cheguei em casa, o médico ligou pedindo que eu voltasse para que pudéssemos nos despedir, porque ele seria intubado. Ele disse: ‘É, filha, não tem mais jeito’. Eu não acreditei que aquela seria a despedida, porque ele estava lúcido”, contou.

Bolinha não resistiu e acabou falecendo. Aquela tinha sido a última conversa entre pai e filha.

“A imagem que eu guardo do meu pai é exatamente essa. Conversando com alguma dificuldade, ele me disse: ‘Acabou, não tem mais jeito’. Quando fui me afastando, ainda sem acreditar que seria o nosso último encontro, ele acenou para mim, dando tchau. Essa é a cena que tenho na cabeça”.

 

Dificuldades financeiras

Clube do Bolinha
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Vitória passou por muitas dificuldades depois da morte do pai. Até que em abril de 2022, ela foi despejada de sua casa.

“O Oficial de Justiça veio aqui na terça-feira e me deu o prazo de cinco dias. Como que você vai alugar uma casa em cinco dias? Tem documentação, tem tudo. Parou um caminhão, está jogando tudo, gritando. Até agora foram cinco caminhões, não foi nem metade ainda. Eu conto com vocês, os fãs do meu pai”, falou, nas redes sociais.

Mesmo com todas as dificuldades, Vitória mantém viva a memória do pai ao mostrar a sua importância na história da televisão.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor