O sonho de todo jogador de futebol é chegar à seleção de seu país e disputar uma Copa do Mundo. Esse desejo também faz parte da vida de um jornalista esportivo, que tem como objetivo integrar as coberturas de grandes eventos.

Caio Ribeiro e Gustavo Villani

Narrador da Globo, Gustavo Villani está na equipe que vai narrar os jogos da Copa aqui no Brasil e não no Catar, país sede da competição. Esse fato deixou o profissional muito frustrado.

Diferente de outras edições do mundial da FIFA, a Globo resolveu fazer uma cobertura enxuta, enviando poucos narradores para o exterior – Galvão Bueno, que faz sua despedida como locutor, e Luís Roberto serão os únicos a narrar os jogos “in loco”. Além de Villani, Cléber Machado e Renata Silveira ficaram no Brasil.

Trabalho longe do Catar

Gustavo Villani

Em entrevista ao canal de Duda Garbi no YouTube, Villani não escondeu sua frustração por não ter sido escolhido a viajar para o Catar e narrar os jogos da Copa diretamente do país sede.

“Eu vivo dos meus sonhos, tá? Dos meus projetos pessoais, não vivo apenas do planejamento que a empresa tem para mim. É importante eu sonhar. Por que eu estou decepcionado por não ir ao Qatar? Porque, pra mim, ao não ir para 2018 [quando trocou a Fox pela Globo], era uma pretensão ir para 2022”, destacou.

“Vamos lá, eu não sou menino. Teve uma pandemia no meio do caminho. A Globo vai fazer 2/3 da Copa do Mundo do Qatar no Brasil. Eu estou incluído, não estou excluído. O Cléber Machado não vai para a Copa. Ficaremos aqui dividindo os melhores jogos a serem feitos do Brasil, está tudo bem”, desabafou.

“Eu tô puto”

Gustavo Villani

Quando Gustavo Villani foi para a Globo, em 2018, ele abriu mão da Copa da Rússia e ficou de fora da cobertura. Isso só aumentou a bronca do profissional.

“No meu íntimo, com os meus sonhos, na minha conversa de quem narrou a final de 2014, e que ia narrar o Brasil em 2018, eu tô puto. Me olho no espelho e penso: jamais imaginava que isso ia acontecer. Agora: estou puto com a Globo? Não, eu entendo, eu tenho discernimento, teve uma pandemia, o câmbio explodiu. É uma Copa cara”, justificou.

Mesmo chateado, o narrador achou justa a escolha de Galvão e Luís Roberto para a viagem ao Catar.

“Está tudo bem. Eu não posso achar que eu estou à frente da obviedade. Os caras merecem estar lá. Eu acho que eu merecia, mas eu não vou por causa da Globo, é um contexto”, finalizou.

As Copas e os cortes de gastos

Bussunda

Essa não é a primeira Copa em que a Globo trabalha com uma equipe reduzida no país sede. Em 1990, a emissora preparava uma grande estrutura, com muitos nomes, para a disputa na Itália.

Só que o Plano Collor, que realizou um confisco na poupança e congelamento de preços, atingiu em cheio a cobertura do mundial – mais da metade dos profissionais ficaram no Brasil.

Em 2002, a emissora carioca não enfrentou uma crise igual à de 1990, mas a equipe foi reduzida, diferentemente da Copa anterior, a de 1998. Galvão Bueno e Cleber Machado foram para Japão e Coreia do Sul.

Já Luís Roberto ficou no Brasil, narrando alguns jogos e comandando programas especiais ao longo da madrugada. A trupe do Casseta e Planeta, Urgente! (com Bussunda, foto) também ficou de fora do torneio.

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Fábio Marckezini é jornalista e apaixonado por televisão desde criança. Mantém o canal Arquivo Marckezini, no YouTube, em prol da preservação da memória do veículo. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor