André Santana

O remake de Pantanal na Globo foi o maior acerto da faixa das nove da emissora dos últimos anos. Enquanto isso, o canal não foi muito feliz em seus mais recentes folhetins inéditos. Travessia está aí para mostrar isso. Sendo assim, o plano de investir em mais remakes tem ganhado cada vez mais força na emissora.

Travessia - Chay Suede e Jade Picon
Fábio Rocha / Globo

De acordo com Flavio Ricco, colunista do R7, a direção de teledramaturgia da Globo já cogita refazer outros clássicos da teledramaturgia. Segundo o jornalista, novos remakes podem pintar em breve na tela da Globo, nas faixas das 18h e das 21h.

E Benedito Ruy Barbosa, o autor da versão original de Pantanal, é quem deve ter mais uma obra revisitada.

Será o Benedito?

renascer marcos palmeira antonio fagundes
Divulgação / Globo

A Globo está de olho no aparente interesse do público no universo rural de Benedito Ruy Barbosa. Pantanal foi um grande achado, que revitalizou a faixa das nove da Globo. Enquanto isso, O Rei do Gado (1996) está longe de decepcionar a emissora no Vale a Pena ver de Novo.

Sendo assim, há um claro interesse na Globo em produzir histórias de temática rural. Com isso, são cada vez maiores as chances de Renascer (1993) ser um dos remakes pensados pela Globo para a faixa das 21 horas.

Novelas rurais, no geral, sempre funcionaram bem. E Benedito Ruy Barbosa é o expoente máximo desta seara. Tanto que grande parte da sua obra já foi revisitada: além de Pantanal, a Globo refez Cabocla (2004), Sinhá Moça (2006), Paraíso (2009) e Meu Pedacinho de Chão (2014).

Ou seja, um remake de Renascer seria uma opção óbvia.

Remake às seis

A Gata Comeu - Christiane Torloni e Nuno Leal Maia
Divulgação / Globo

O horário das seis da Globo já abrigou muitos remakes. Historicamente, a maior parte das tramas que foram refeitas pela emissora passaram pela faixa. Ivani Ribeiro é a “rainha” dos remakes no horário.

A veterana reescreveu, na Globo, várias de suas novelas produzidas pela Tupi. Ela emplacou clássicos como A Gata Comeu (1986, remake de A Barba Azul, de 1974), Hipertensão (1986, remake de Nossa Filha Gabriela, de 1971) e Mulheres de Areia (1993, remake da trama de 1973), entre várias outras.

Porém, um de seus maiores êxitos não foi no horário das seis, mas às sete. Trata-se do remake de A Viagem (1994), exibida no horário das sete. A trama era uma nova versão de sua novela homônima, produzida em 1975.

A Viagem

A Viagem - Christiane Torloni e Guilherme Fontes
Divulgação / Globo

Sendo assim, enquanto Benedito Ruy Barbosa é forte candidato a voltar à faixa das nove, a obra de Ivani Ribeiro pode muito bem ser revisitada no horário das seis. Vale lembrar que, recentemente, surgiram fortes boatos de que a Globo teria interesse numa nova versão de A Viagem. Quem sabe não é o momento?

Além disso, Mulheres de Areia é outro texto de Ivani Ribeiro que costuma funcionar em qualquer ocasião. Com novos recursos tecnológicos à disposição, já imaginou como ficariam os embates entre as gêmeas Ruth e Raquel (Eva Wilma na versão original, e Gloria Pires na segunda versão).

Considerando ainda que a Globo dispensou vários autores consagrados, investir em remakes também é uma saída para driblar a dificuldade em escalar novelistas. Ou seja, mais do que nunca, remakes estão na ordem do dia.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor