Há 22 anos, o país parava para acompanhar o último capítulo de A Próxima Vítima, novela de mistério e suspense articulada pela mente brilhante de Silvio de Abreu. O folhetim mobilizou os telespectadores ao longo de aproximadamente oito meses em torno de duas perguntas: “quem será o próximo a morrer?” e “quem é o assassino?”. Adalberto (Cecil Thiré) era o culpado pelos crimes, cometidos no intuito de esconder uma armação com a cunhada e amante Francesca Ferreto (Tereza Rachel), que resultou na morte do primeiro marido desta, Gigio (Carlos Eduardo Dolabella), anos atrás.
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A maldade, aliás, estava no DNA das Ferreto. Das quatro irmãs – Francesca, Filomena (Aracy Balabanian), Romana (Rosamaria Murtinho) e Carmela (Yoná Magalhães) -, apenas a caçula podia ter filhos. Dela nasceu Isabela (Cláudia Ohana), a mais maléfica de todas as integrantes do clã. Como hoje é sexta-feira, o tal “dia da maldade”, e aniversário do último capítulo de A Próxima Vítima, o TV História achou uma “ótima” relembrar as ações criminosas da “bambina”.
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Quando A Próxima Vítima se inicia, Isabela está noiva de Diego (Marcos Frota), filho de ruralistas, dono de uma renomada indústria alimentícia, sócia do frigorífico Ferreto. A moça, contudo, mantém um caso com o tio Marcelo (José Wilker), suposto viúvo de Francesca e amante, por mais de 20 anos, de Ana (Susana Vieira), dona de uma rede de cantinas. Eis que a “franguinha”, decidida a ter Marcelo só para si, procura a “outra” para lhe contar sobre o romance dos dois. Ana, que de boba não tinha nada, então trama para que o caso seja exposto: horas antes do casamento com Diego, durante a cerimônia do auguri, Isabela se deita com o tio. Flagrada, a vilãzinha é espancada pelo traído, rola escada abaixo e termina nos braços de Marcelo, que a assume.
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Para comover a tia Filomena, que não admitia seu envolvimento com Marcelo, Isabela decide engravidar. Qual não é sua surpresa quando descobre ter o útero tão seco quanto o das tias?! Se não é possível gerar um filho, de fato, cria-se um. A bandida inventa uma gestação; exultante, o empresário celebra o “ventre benedetto” da agora esposa, que consegue regressar à mansão da família. A armação, no entanto, desperta a desconfiança de Ana e de Andréia (Vera Gimenez), secretária do frigorífico, chantageada por Isabela por conta de deslizes no passado. Enquanto as duas tentam desmascará-la, a farsa chega ao fim com um falso aborto, articulado com a anuência da mãe, Carmela.
Afrontosa, Isabela planeja revidar o “presente” que ganhou de Ana no dia do casamento que não se realizou com Diego. Ela aguarda a cerimônia que oficializará a união de Juca (Tony Ramos) com a dona da Pizzeria da Mamma para revelar ao feirante – que trabalha no Mercado Municipal – que ele é o pai de Giulio (Eduardo Felipe), o filho do meio de Ana, que todos acreditavam ser de Marcelo. “Eu cheguei a conclusão que o melhor presente que eu poderia lhe dar é o seu filho. O Giulio é seu filho. Seu e da Ana”, revela a bambina.
Em dado momento, Isabela elimina Andréia. Ela tentava forçar a secretária a descobrir qual dos filhos de Ana não era herdeiro de Marcelo. Vítima da chantagem da maléfica – com fotos suas em um filme pornográfico no qual “contracenava” com um cavalo – Andréia se rebelava, auxiliando Ana a desbancar a “franguinha”. Isabela, aproveitando-se da lista do horóscopo chinês que ligava os crimes cometidos por Adalberto, a assassina e joga seu corpo, dentro de um carro, na represa Billings. O que ela não esperava é que as águas baixassem e o veículo voltasse à superfície. Não demorou para que o detetive Olavo (Paulo Betti) ligasse os pontos – e apontasse a queridinha de Filomena como principal suspeita do crime.
Começou aí o declínio da mais novinha e terrível Ferreto. Com um apetite sexual dos mais vorazes, ela se deixa envolver por Bruno (Alexandre Borges), gigolô mantido por sua tia Romana, que o adotou como filho. Os dois marcam um encontro na mesa da cozinha, local em que Isabela se deitava com Marcelo nos tempos em que viviam na “clandestinidade”. Delatados pelo motorista Alfredo (Vitor Branco), os amantes são flagrados em pleno ato sexual. Tomado pelo ódio, o empresário avança contra a esposa com uma faca, ferindo seu rosto. A cicatriz que ostentou até o último capítulo de A Próxima Vítima talvez tenha sido o maior castigo para a vaidosa Isabela.
Ainda disposta a ficar com Bruno, Isabela sugere a ele que se livre de Romana, antes que esta anule a adoção. Os dois articulam um plano, aparentemente, infalível: o rapaz embebeda sua “mamma” e a atira na piscina. Como ela acaba acordando a tempo de se salvar, Bruno termina por afoga-la. O crime, ocorrido na reta final da trama, não demora a ser descoberto. Isabela até tenta se safar da prisão – implicando Marcelo na morte de Andréia e jogando para o novo affair a responsabilidade por toda a armação que culminou no trágico desfecho de Romana. Sem o auxílio da mãe e o amparo da tia, Isabela mofou em uma cela fétida, implorando por ajuda.