Espantaram o público: as 10 piores novelas da década de 90

Paulo Goulart e Fernanda Montenegro em Zazá

Paulo Goulart e Fernanda Montenegro em Zazá

Recentemente, elegemos as 10 novelas mais inesquecíveis da década de 1990, que foi bastante intensa e produtiva. Mas, é claro, também existem as exceções: as tramas que não foram bem na audiência, tiveram muitos problemas e ficaram marcadas de forma negativa na história da televisão brasileira.

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Confira na lista:

Mico Preto (1990)

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A Globo sofreu em 1990, com Gente Fina, Mico Preto e o início de Rainha da Sucata. Mico Preto, que é mais lembrada por causa dos problemas que teve na abertura, tinha trama muito irregular e sofreu para segurar o público.

Apesar disso, o elenco tinha estrelas: Luis Gustavo, José Wilker, Glória Pires e Miguel Falabella. Mas nem isso adiantou.

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Brasileiras e Brasileiros (1990)

Empolgado com resultados em programas de auditório e humorísticos, Silvio Santos resolveu bater de frente com a Globo na teledramaturgia. O resultado foi desastroso, gerando um enorme rombo nos cofres do SBT.

Brasileiras e Brasileiros tinha nomes como Edson Celulari, Lucélia Santos, Rubens de Falco, Ney Latorraca, entre outros, mas não chamou a atenção do público, acostumado aos dramalhões mexicanos costumeiramente exibidos.

Temas como luta livre afastaram o público. Além dos altos gastos, os anunciantes fugiram. Para se ter uma ideia, a novela, foi exibida às 17h45, 18h, 18h30, 19h e 20h. Não tinha como dar certo.

Amazônia (1991)

Depois do sucesso de Pantanal e da regularidade de A História de Ana Raio e Zé Trovão, a Manchete resolveu abrir os cofres e gastou o que não tinha para fazer Amazônia, com Cristiana Oliveira e Marcos Palmeira nos papeis principais.

A confusa trama se passava em duas épocas simultaneamente, afugentando o público. A partir do capítulo 43, mudou tudo, ficando somente a trama histórica, em Amazônia, Parte 2.

Não adiantou e a novela ficou marcada como um dos maiores fiascos da história da televisão brasileira, contribuindo para o agravamento da eterna crise financeira da emissora da família Bloch.

Olho no Olho (1993)

Após o sucesso de Vamp, Antônio Calmon quis mostrar um embate entre o bem e o mal em sua nova novela, mas não deu certo. A produção, com nomes como Tony Ramos e Reginaldo Faria, tinha efeitos especiais em cenas, por exemplo, onde os paranormais se enfrentavam.

Polêmica, a produção foi até acusada de satanismo. Como disse Nilson Xavier em seu site Teledramaturgia, “hoje, Olho no Olho é apenas lembrada como uma novela trash, de texto, direção e interpretações duvidosas”. O próprio autor já declarou é a sua obra que ele menos gosta e que teve bastante rejeição do público.

Antônio Alves Taxista (1996)

Em 1996, o SBT inventou de fazer uma parceria com uma produtora chamada Ronda Studios e gravar uma novela na Argentina. Assim nasceu Antônio Alves, Taxista, com Fábio Jr. no papel principal e gastos superiores a US$ 6 milhões.

Sônia Braga ia participar da história, mas acabou se desentendendo com o canal. O público ficou insatisfeito com o texto ruim e as cenas sofríveis e até Silvio Santos ficou irritado. No final das contas, a novela, que era exibida em dois horários, acabou ficando em apenas um, perdeu 30 minutos e não deixou saudade.

Dona Anja (1996)

Outra bomba do SBT, que teve baixa audiência e pouca repercussão. No elenco, nomes como Lucélia Santos, Jonas Mello, Luiz Guilherme e Angelina Muniz.

Mesmo apelando para o erotismo, o público não se interessou. Lucélia, a protagonista, se irritou com isso, declarando ao Jornal do Brasil que a novela tinha “virado uma Playboy”. Curiosidade: Manuela Dias, autora de Amor de Mãe, atuou nessa trama, vivendo Maria Aparecida.

Anjo de Mim (1996)

Ao contrário de outras tramas que abordaram o espiritismo, essa novela de Walther Negrão não deu o resultado esperado. O elenco era encabeçado por Tony Ramos e também contava com nomes como Carolina Kasting, Tássia Camargo e Odilon Wagner.

O Amor Está no Ar (1997)

Mais uma novela das seis que fracassou e foi esquecida pelos telespectadores. A disputa por uma empresa e a discussão sobre a possibilidade de vida extraterrestre conduziam a trama. No elenco, Betty Lago, Rodrigo Santoro, Natália Lage e Eriberto Leão, entre outros.

O próprio autor Alcides Nogueira já, declarou, em entrevista, que a produção teve diversos problemas, muita coisa fugiu do seu controle e ele ainda houve um desentendimento sério entre os diretores Wolf Maya e Ignácio Coqueiro, que acabou respingando na novela.

Zazá (1997)

A ideia de Lauro César Muniz era boa e o elenco tinha grandes nomes, como Fernanda Montenegro e Ney Latorraca. Além disso, havia a expectativa pela volta de Letícia Spiller e Marcello Novaes atuando juntos após o sucesso de Quatro por Quatro, alguns anos antes.

Mas não rolou. O público não se interessou pela trama, que ainda teve uma barriga gigantesca, já que a Globo pediu para a história ser esticada em 50 capítulos, visto que Corpo Dourado, sua sucessora, estava com problemas de produção. A audiência caiu ainda mais e o resultado ficou comprometido.

Brida (1998)

Tentativa da Manchete de se reerguer, Brida foi a pá de cal na emissora, que fechou as portas menos de um ano depois de sua estreia. A trama, baseada no best-seller de Paulo Coelho, custou caro para o canal, que gravou cenas até na Irlanda.

Para “ajudar”, a Manchete fez uma aposta arriscada e fechou um acordo com os patrocinadores, que pagariam somente se a novela alcançasse cinco pontos no Ibope – a expectativa era de 10.

Resultado: mal chegava a dois pontos, ficando sem qualquer verba publicitária. Brida foi retirada abruptamente do ar, com o locutor oficial da emissora narrando como seria o final dos personagens.

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