Considerada uma das maiores estrelas do Brasil, Darlene Glória brilhou no cinema e na TV entre os anos 1960 e 1980. Porém, atualmente, a atriz vive reclusa e não tem qualquer interesse em voltar à televisão.

Selton Mello e Darlene Glória no programa Tarja Preta
Selton Mello e Darlene Glória no programa Tarja Preta

A artista, que chegou a ser internada numa clínica psiquiátrica e considerada com “tendências suicidas”, atualmente vive uma vida tranquila ao lado da família na região serrana do Rio de Janeiro.

Histórico

Darlene Glória em Toda Nudez Será Castigada
Darlene Glória em Toda Nudez Será Castigada

Darlene Glória, nome artístico de Helena Maria Gloria Viana, ingressou na vida artística como cantora de rádio, no final dos anos 1950. Após participações em programas de calouros e radionovelas, ela chegou ao cinema em 1964, no filme Um Ramo para Luiza.

De lá para cá, foram vários filmes importantes, como Terra em Transe (1967), Os Paqueras (1969) e Toda Nudez Será Castigada (1973), clássico de Arnaldo Jabor baseado na obra de Nelson Rodrigues. Na TV, sua estreia aconteceu em 1969, na novela Véu de Noiva.

Mas, na mesma época, Darlene Glória acabou se afastando do trabalho em razão do vício em álcool e anfetaminas. Nessa época, chegou a ser internada num hospital psiquiátrico, conforme revelou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2016.

“Fui parar no Pinel e me diagnosticaram com PS (abreviatura para Potencial Suicida). A verdade é que nunca desejei morrer. Acontece que a minha carência interior era maior que a droga mais potente. Tomava remédio para dormir, para acordar, para ficar feliz… Ou seja, eu me matava quimicamente, daí que passei pelo candomblé, psicanálise, orientalismos, até encontrar Jesus Cristo”, relatou.

Retorno às novelas

Fiel da igreja Assembleia de Deus, Darlene Gloria passou a assinar seu nome de batismo, Helena Brandão, e aceitou protagonizar um episódio da série Caso Verdade, da Globo, baseado em sua história de vida. Em 1987, ela aceitou o convite de Gloria Perez para atuar em Carmem, trama exibida pela extinta Manchete.

Na época, ela ficou insatisfeita com os rumos de sua personagem, Verônica, uma cantora que se afundava nas drogas, mas era salva após se converter.

“Como eu confiava na Gloria, aceitei seu trato verbal: o de que Verônica teria 80 capítulos e já convertida em Ester teria outros 80, pois o total são 160 capítulos”, relatou Darlene em matéria do Jornal do Brasil, em 3 de março de 1988.

Porém, durante a trama, a demora para a conversão da personagem acabou gerando desconforto. Mas a conversão de Verônica acabou acontecendo, como estava previsto. A personagem mudou de nome para Ester e se tornou pastora.

Por onde anda Darlene Glória?

Darlene Glória junto com sua filha
Darlene Glória junto com sua filha

Depois disso, Darlene Glória atuou ainda em Araponga (1990), O Guarani (1991), Pecado Capital (1998) e Promessas de Amor (2009), além de ter participado também de A Diarista (2004) e Força Tarefa (2009).

Na entrevista ao Estadão em 2016, ela confessou que não tinha mais interesse em fazer participações especiais.

“Não vou mais trabalhar de graça. Enriqueci muita gente da área de produção, de direção, de maneira que não vou mais sair de casa por qualquer quantia. Aliás, não tenho que provar mais nada, vamos combinar. Eu nunca fiz um papel pequeno, eu brilhava… Portanto, pode anunciar aí: morreu a ‘rainha’ das participações especiais, fiz muito isso a vida toda; agora, meu bem, never!”, cravou.

Após atuar no longa Feliz Natal (2009), de Selton Mello, Darlene Glória não voltou a atuar. Atualmente, ela leva uma vida tranquila em Teresópolis.

No ano passado, ela chegou a ser procurada pelo jornal Extra, mas optou por não dar entrevista. Seus registros mais recentes são publicações de seus filhos na web.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor