Uma certa epidemia tem permeado os galãs da Globo. Vários deles têm afirmado que não querem mais fazer novelas. O mais recente bonitão que deseja se aposentar dos melodramas, é Reynaldo Gianecchini (na foto abaixo, com Cláudia Abreu em A Lei do Amor).

Cláudia Abreu e Reynaldo Gianecchini - A Lei do Amor
Divulgação / Globo

Em entrevista à revista Quem, o ator afirmou que deseja trilhar novas oportunidades em um momento em que sente precisar de novos desafios na carreira.

“Entrei em uma fase pós-pandemia de repensar de verdade o que eu quero. Sou muito grato a tudo o que fiz na Globo e às novelas que me ajudaram a me desenvolver como ator, mas chegou um momento que não queria mais ficar preso e fazer só novelas”, disse.

O período pandêmico fez muita gente repensar a vida, suas trajetórias, e com o profissional não foi diferente.

“Queria ir para novos lugares, experimentar novos formatos e comecei a questionar o que eu queria comunicar com o meu trabalho. Tenho tido uma realização profissional e pessoal diferente. Não é mais sobre ganhar dinheiro”, afirmou.

Não é galã?

Laços de Família
Divulgação

Revelado em Laços de Família (2000), trama na qual fez par romântico com a diva Vera Fischer (foto acima), Reynaldo Gianecchini é, até hoje, considerado um dos homens mais bonitos da televisão. No entanto, o ex-global rejeita o rótulo de galã.

“Sempre tive esse posicionamento de não basear a minha carreira nas expectativas dos outros. Queria construir uma carreira em uma base sólida e não só na fantasia que exerço nas pessoas do ‘homem bonito e galã’. Eu na minha vida nem me acho galã, mas acho que os personagens príncipes que fiz criaram essa imagem, que nunca me incomodou”, confessou.

Novo trabalho

Reynaldo Gianecchini em Bom Dia Verônica
Divulgação / Netflix

Atualmente, o artista está envolvido com a peça A Herança, marcada para estrear em março, em SP, no teatro Vivo. Na obra, que dura mais de seis horas e é dividida em duas partes, ele vive um homem que decide dar uma chance ao amor com outro rapaz após descobrir que é portador do vírus HIV. No espetáculo, ele contracena com Bruno Fagundes, filho de Antonio Fagundes.

“É legal ter retorno financeiro, mas esse espetáculo não é sobre isso. É um grupo de atores que se uniu porque quer muito contar esta história. É um grupo de atores que acredita no poder da arte como integração e maneira de transbordar”, pontuou, sobre o novo trabalho.

A revolta dos galãs

Bruno Gagliasso - O Sétimo Guardião
Divulgação

Mas Gianecchini não foi o primeiro a ser infectado pelo “vírus da aposentadoria de novelas”. Um dos primeiros a encabeçar uma debandada dos folhetins foi Bruno Gagliasso.

Traumatizado com o fracasso colossal de O Sétimo Guardião, de 2018, o famoso abandonou os textos folhetinescos para nunca mais voltar. Agora, deseja apenas atuar em produções menores, como seriados.

Rodrigo Lombardi ainda não parou, mas já avisou que fará uma pausa ao final de Travessia, na qual vive o pilantra Moretti. Ele confidenciou que pretende atuar atrás das telas, como autor, produtor e diretor.

Quem será a próxima vítima a ser infectada pelo vírus e deixar as telenovelas? Aguardemos.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor