Leo Rosa tinha apenas 22 anos quando foi aprovado para o elenco de Vidas Opostas (2006), sua primeira novela. E a estreia foi em grande estilo, já que o ator vivia Miguel, o protagonista da trama de Marcílio Moraes. A novela foi um enorme sucesso e, até hoje, é considerada um dos melhores folhetins da Record.
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O ator construiu uma carreira na emissora, mas deixou o canal afirmando jamais voltar a pôr os pés lá. Rosa enfrentou um câncer terminal e faleceu cedo demais, aos 37 anos de idade.
Estreia feliz
Após ser reprovado em inúmeros testes, Leo Rosa – que também foi jogador de futebol e modelo – finalmente ganhou sua chance de brilhar na TV. Como o Miguel em Vidas Opostas, o ator vivia uma história de amor com Maytê Piragibe, intérprete da mocinha Joana.
Na trama, Miguel é um milionário adepto de esportes radicais, como escalada. Já Joana é guia turística, uma jovem humilde, moradora do Morro do Torto e ex-namorada de um rapaz que se tornou um dos maiores traficantes do local. Apesar das “vidas opostas”, eles enfrentam os obstáculos para viver esse amor.
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Na época da novela, Leo Rosa não economizou elogios à Record e à novela.
“Os produtores de elenco da Record têm este costume de ir ao teatro em busca de novos talentos, o que acho muito legal. A maioria fica no escritório, analisando os DVDs que chegam. Já eles, saem à procura mesmo”, disse o ator ao Jornal do Brasil, em 22 de fevereiro de 2007.
“[Vidas Opostas] É um divisor de águas, um Pantanal moderno. Uma nova forma de contar o Rio, a partir da realidade. A começar pelo set de gravação, que é uma favela de verdade”, continuou.
Abuso sexual
Após o sucesso em Vidas Opostas, Leo Rosa seguiu na Record, integrando o elenco de Amor e Intrigas (2007), Promessas de Amor (2009), Rei Davi (2012), Balacobaco (2012), Milagres de Jesus (2015) e Escrava Mãe (2016), sua última novela na emissora. Ao deixar o canal, o ator afirmou que nunca mais pisaria na Record.
“Passei por uma situação na Record de abuso sexual e por esse motivo não piso mais o pé lá. Isso vai ser dito, estou escrevendo uma história, que falará sobre coisas que passaram sobre minha vida”, disparou, ao canal de Antonia Fontenelle no YouTube, em 2020.
“Nunca processei, muitos colegas entraram com processo trabalhista, mas eu não tenho desejo de trabalhar mais na Record. Estou pleiteando para que a Record seja honesta com os direitos conexos. Em outras empresas, chega uma comunicação em que determinado produto foi vendido ou reexibido e você tem um valor, que é seu de direito que vai entrar na sua conta. Na Record é uma novela para você receber o que é seu de direito”, continuou.
Fora da Record, Leo Rosa atuou na série O Mecanismo (2018), da Netflix, e fez uma participação em Amor de Mãe (2019), na Globo.
Câncer terminal
No final de 2017, Leo Rosa foi surpreendido com um diagnóstico de câncer nos testículos. O ator iniciou o tratamento, mas o câncer se espalhou, com duas metástases. Nessa época, ele chegou a passar por 29 sessões de quimioterapia e duas cirurgias.
Em janeiro de 2020, o ator contou ao portal UOL que o médico havia lhe dado duas alternativas: um transplante de medula óssea ou apenas seis meses de vida. Mas Leo recusou o transplante e optou por um tratamento alternativo.
“Eles me chamaram para fazer um transplante de medula óssea. E eu falei: Cara, não vou fazer. Acho muito invasivo, ele inviabiliza um tratamento que eu gostaria de fazer, que era o da Terapia Gerson, eu prefiro fazer Terapia Gerson antes. Eu posso até fazer em algum momento o transplante de medula óssea, mas no meu ponto de vista é a última saída. Porque, depois dele, tem uma série de coisas que eu não poderia fazer mais”, explicou.
Leo Rosa, então, passou a adotar a Terapia Gerson, tratamento voltado ao consumo de frutas frescas, alimentos orgânicos, legumes e cereais integrais. A terapia alternativa defende que o corpo possa se recuperar por meio da remoção de toxinas e da incorporação de nutrientes.
O ator faleceu em 9 de março de 2021, aos 37 anos. Ele foi sepultado em uma cerimônia íntima em Porto Alegre (RS), sua terra natal.