Multiartista que fez história na televisão brasileira, Rolando Boldrin apresentou o Sr. Brasil, na TV Cultura, por 17 anos. O artista faleceu em novembro de 2022, aos 86 anos, em razão de uma fibrose pulmonar.

Rolando Boldrin
Reprodução / Cultura

Infelizmente, o músico e apresentador se foi sem receber uma grande quantia em dinheiro ao qual tinha direito. Ele ganhou um processo judicial que se arrastava por anos, mas faleceu antes de obter o valor acordado.

Processo

Rolando Boldrin e esposa (Patricia Maia)
Reprodução / Instagram

De acordo com o portal Notícias da TV, Rolando Boldrin (na foto com a esposa, Patricia Maia) processava um homem que lhe vendeu três apartamentos que não foram construídos. O artista tentava reaver o valor investido na empreitada que acabou não acontecendo.

Em 2010, Boldrin e Diego Silveira Correa negociaram três apartamentos, mas as obras foram paralisadas. Com isso, em 2014, Correa fez um acordo com o apresentador da TV Cultura, assumindo uma dívida no valor de R$ 484 mil, que seriam pagos em 60 parcelas de R$ 5 mil. No entanto, o homem pagou apenas a primeira parcela e desapareceu.

Com isso, Rolando Boldrin acionou a Justiça para reaver o dinheiro investido nas obras inacabadas. O apresentador tinha direito a R$ 536 mil, valor da dívida corrigida, incluindo os honorários dos advogados e demais custos processuais.

Leilão

Rolando Boldrin
Divulgação / Cultura

Rolando venceu o processo dois meses antes de sua morte. Os advogados do artista conseguiram penhorar um imóvel de Diego Silveira Correa para que fosse a leilão.

Segundo o Notícias da TV, o bem foi avaliado com base em mansões semelhantes da mesma região e o valor poderia variar entre R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões.

Porém, Correa precisaria dar um parecer sobre o valor do imóvel, mas o homem não foi encontrado. Com isso, o leilão foi atrasado e Rolando Boldrin faleceu antes de receber o valor que lhe era devido.

O NTV informou ainda que Boldrin não deixou bens a inventariar, mas fez um testamento no qual beneficiava sua filha, Vera Boldrin, e Marcus Mendes Pereira Boldrin. Eles devem ficar com o dinheiro do leilão.

Após a morte

Caio Junqueira
Divulgação / Record

Rolando Boldrin não foi o único artista a vencer um processo após sua morte. O ator Caio Junqueira, que faleceu em janeiro de 2019 após um trágico acidente de automóvel, também conquistou uma vitória na Justiça depois de falecido.

Ele movia um processo trabalhista contra a Record, no qual buscava reconhecimento de vínculo empregatício. Com sua morte, o processo foi assumido por sua mãe, que também faleceu tempos depois. O ator Jonas Torres, irmão de Caio, foi quem tomou à frente. A Record venceu em primeira instância, mas os advogados de Torres recorreram e venceram. O valor da causa era R$ 60 mil.

A família de Cecil Thiré passou por situação semelhante. O veterano trabalhou na Record entre 2006 e 2012 e processou a emissora em 2014, também buscando reconhecer vínculo empregatício. Anos mais tarde, a Justiça condenou o canal a reconhecê-lo como ex-funcionário. O valor a receber foi estipulado em 1,2 milhão de reais.

No entanto, quando venceu o processo, Thiré já estava com a saúde bastante debilitada por conta do Mal de Parkinson. Ele faleceu em outubro de 2020, aos 77 anos.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor