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O No Limite estreou no dia 15 de maio, uma semana após o fim do BBB 21. O intuito de Boninho era claro: mantar uma parcela dos fãs do reality de sucesso que consagrou a vitória de Juliette.
E inicialmente parecia que conseguiria. Mas, ao longo das semanas, o nível de interesse do público foi dissipando.
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O programa se manteve na liderança isolada, mas a audiência esteve longe da almejada, assim como a repercussão.
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A final foi exibida no dia 20 de julho, com vitória de Paula Amorim (foto acima).
Fenômeno em 2000
O formato é baseado no formato estadunidense Survivor, que por sua vez é uma versão do programa sueco Expedition Robinson.
A primeira temporada estreou na Globo há quase 21 anos. E foi o primeiro reality do Brasil. Um fenômeno. Mas não repetiu o sucesso nas três temporadas posteriores.
A quinta versão tinha tudo para voltar com uma boa repercussão. A escolha de ex-BBBs para a disputa foi um ótimo chamariz. Mas o principal erro foi a permanência da exibição semanal.
Pois o esquema funcionava há anos, quando não existia reality no país. Agora, após a produção de inúmeros realities de convivência, fica difícil o público se prender a algo que não desperta uma rotina.
O principal atrativo seria o foco na convivência dos participantes ao longo dos dias, passando frio, fome e tantas outras dificuldades propostas pela competição. A parte em que eles conversavam ou discutiam pareciam ter pouca importância.
Havia um protagonismo muito maior nas provas. E, sim, o formato do No Limite sempre foi esse.
Alterações necessárias
Todavia, alterações são necessárias quando o comportamento de quem assiste muda. Muitas vezes ficava difícil saber o motivo de alguma tensão entre os competidores porque muito bastidor era deixado de lado.
Gleici chegou a levar três votos da equipe Calango em uma semana e o telespectador nem descobriu o motivo. Ariadna teve uma discussão com Chumbo em outro momento na equipe Carcará e foi impossível saber o estopim da briga porque era um desentendimento que acabou não exibido.
Se o programa fosse diário, parte do problema seria resolvido. E nem precisava ter uma hora de duração para não atrapalhar a grade da Globo. Uns 20 minutos estariam de bom tamanho.
Ajudaria a criar uma rotina no público e aproximar a audiência dos participantes, como costuma acontecer em qualquer reality de convivência. Ainda mais uma convivência durante momentos difíceis.
Aliás, outra questão que merece uma ressalva: os participantes receberam muito privilégio. Cada prova resultava em prêmios como brigadeiro, doce de leite, pizza, enfim.
Isso nunca existiu em No Limite. Claro que o maior número de patrocinadores explica o fato. Mas os alimentos citados, por exemplo, não fazem parte de qualquer propaganda.
Afinal, o título não é No Limite?
Humor não fez rir
Em uma última tentativa de melhorar o programa, Boninho inseriu um quadro de humor, depois de quase metade de temporada já exibida. Rafael Infante recebeu a ingrata missão de fazer rir com um reality que raramente tem alguma situação cômica.
O resultado foi o pior possível. A intenção de imitar o quadro de sucesso de Rafael Portugal no Big Brother Brasil ficou clara. Mas não funcionou. E nem poderia. O formato não combina em nada com comicidade.
É um reality de sobrevivência. Ou deveria ser. Todas as situações protagonizadas pelos participantes que foram usadas pelo ator como ‘diversão’ não despertaram qualquer sorriso amarelo.
Apresentador apático
Outro fator que merece menção foi a apresentação apática de André Marques. O apresentador sempre se saiu muito bem em todos os programas que esteve na Globo. O saudoso Vídeo Show é o maior exemplo.
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Ele também merece elogios em todas as temporadas do The Voice Kids. Mas no reality não ficou à vontade. A intenção de se mostrar frio e mais distante dos participantes (dita pelo próprio como algo proposital na época do pré-lançamento da atração) não surtiu um bom efeito.
Ficou parecendo que estava ali por pura obrigação e contando os dias para tudo acabar logo. Suas narrações nas provas eram desanimadas e as interações na hora da votação no Portal, momento mais importante para o surgimento de bons conflitos, superficiais.
Até as entrevistas com os eliminados não empolgaram e as suas perguntas eram burocráticas.
O No Limite tinha tudo para emplacar, mas infelizmente não aconteceu. Ao menos a vitória de Paula consagrou a melhor competidora da edição e o público fez justiça na única votação popular da disputa.
Para 2022, a Globo planeja uma nova temporada do programa, e já anunciou que André Marques não comandará a atração.
Além dessa, serão necessárias outras mudanças, caso contrário um novo fracasso se repetirá.