Aprendeu a lição: Globo usa Fuzuê para corrigir erro de outras novelas

Giovana Cordeiro como Luna em Fuzuê (Manoella Mello / Globo)

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Nos últimos anos, a Globo passou a sensação de que havia “desaprendido” a fazer algo que sempre dominou muito bem. A emissora vinha divulgando muito mal a estreia de suas novelas ao veicular chamadas que pouco explicavam a trama e seus personagens.

Giovana Cordeiro como Luna em Fuzuê (Manoella Mello / Globo)

Mas, com a campanha de Fuzuê no ar, essa impressão se dissipou. Ao contrário do que aconteceu com as novelas anteriores, a próxima produção das sete conta com chamadas didáticas, que adiantam bem o que vem por aí na tela da Globo, criando expectativas das mais interessantes.

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Próxima atração

Michel Joelsas (Francisco), Edson Celulari (Nero), Fernanda Rodrigues (Alícia) e Nicolas Prattes (Miguel) em Fuzuê (Fábio Rocha / Globo)

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Com estreia marcada para 14 de agosto, Fuzuê vem sendo divulgada a todo vapor nos intervalos da programação da Globo. A novela que marca a estreia de Gustavo Reiz na emissora conta com peças divertidas e bastante informativas, que adiantam ao público os principais pontos do enredo.

Uma das primeiras chamadas de Fuzuê mostrou ao público como é a loja que dá nome à novela, bem como seu dono, o excêntrico Nero (Edson Celulari). O tom cômico e o colorido das cenas mostram ao público que se trata de uma novela leve e bem-humorada.

Quase ao mesmo tempo, a Globo também começou a exibir chamadas sobre Luna (Giovana Cordeiro), a mocinha da trama. A peça deu vários detalhes que permitiu ao público compreender bem a personagem – ao ponto de muitos a compararem com Sol (Sheron Menezzes), de Vai na Fé. Se deu pra tomar semelhanças, sinal de que a chamada foi informativa. Ponto positivo.

Além disso, a apresentação de Luna também esclarece, de cara, sua relação com a loja, ao explicar que foi ali que Maria Navalha (Olivia Araujo), a mãe da mocinha, desapareceu.

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Apresentação de personagens

Marina Ruy Barbosa como Preciosa em Fuzuê (Fábio Rocha / Globo)

Além do cenário principal e da mocinha, as chamadas de Fuzuê também já apresentaram ao público vários outros dos personagens principais, explicando suas características e suas funções na história.

Preciosa (Marina Ruy Barbosa), a vilã da trama, já foi muito bem apresentada. Jefinho Sem Vergonha (Micael Borges), o ex-namorado apaixonado da mocinha, também teve direito a uma chamada exclusiva, que mostrava algumas de suas principais cenas, o que serviu de aperitivo ao público.

Agora responda rápido: há quanto tempo a Globo não promove um lançamento de uma novela neste moldes? Com chamadas reveladoras sobre a trama e seus personagens? Nos mais recentes lançamentos, a emissora apostou em peças que abusavam da pirotecnia, mas não faziam o básico: explicar a história que vai começar. Como despertar o interesse do público assim?

Erro que se repete

Paolla Oliveira (Pat) e Marcelo Serrado (Moa) em Cara e Coragem (Sergio Zalis / Globo)

A falta de chamadas eficientes no lançamento das novelas da Globo ficou mais evidente a partir de Um Lugar ao Sol (2021). A trama, primeira inédita das 21h após o período crítico da pandemia de Covid-19, foi lançada de qualquer jeito, sem nenhuma preocupação em situar o público.

A novela de Lícia Manzo ganhou chamadas que pouco adiantavam de seu enredo. Além disso, praticamente não havia chamadas exclusivas para personagens. Era tudo muito solto, genérico e pouco revelador. Há quem acredite que um dos motivos para Um Lugar ao Sol ter sido um fiasco foi justamente a incapacidade da Globo de criar chamadas instigantes.

Cara e Coragem passou por problema parecido. A novela de Claudia Souto já era calcada em mistérios, e suas chamadas fizeram questão de deixar isso ainda mais complicado. Pois a trama estreou “no escuro”, já que, pelas chamadas, o público não fazia ideia da história que seria contada. Travessia também passou por isso, com peças de divulgação que pouco falavam sobre a trama. A emissora investiu num clipe bonito, cheio de cenas de impacto, mas explicar a história que é bom…

Com Fuzuê, ao que parece, a Globo aprendeu a lição. As chamadas são claras, divertidas e explicam bem a história da novela. É um bom começo.

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