Aprendeu a lição: Globo corrige maior problema de Amor Perfeito em Elas por Elas
30/09/2023 às 16h01
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Os primeiros capítulos de Elas por Elas têm sido muito eficientes na apresentação dos personagens da trama. As sete protagonistas e todos os que orbitam em torno delas estão sendo mostrados sem pressa, envolvendo o público aos poucos.
Exatamente ao contrário do que aconteceu em Amor Perfeito. Na trama antecessora, a história principal foi mostrada de maneira atropelada, com uma pressa desnecessária que acabou esgotando a história em poucos dias. Ao que tudo indica, Elas por Elas não vai cair nessa armadilha.
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Aos poucos
O fato de ter sete protagonistas já dá à Elas por Elas uma estrutura narrativa diferenciada. Afinal, cada uma delas lidera um núcleo, e todos eles se entrelaçam. Sendo assim, as tramas desenvolvidas têm o mesmo peso, já que não há uma protagonista maior ou menor que a outra. Daí a preocupação por uma apresentação bem feita desta galeria de tipos.
Alessandro Marson e Thereza Falcão, responsáveis pela adaptação da obra de Cassiano Gabus Mendes, têm feito isso muito bem. Os primeiros capítulos de Elas por Elas mostraram as sete amigas e suas famílias e amigos de maneira suave, sem atropelar nada. Tanto que nem todas apareceram logo de cara – Renée (Maria Clara Spinelli), por exemplo, só apareceu no segundo capítulo.
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Mas a falta de pressa não significou falta de acontecimentos relevantes. Pelo contrário. O primeiro capítulo já estabeleceu a rivalidade de Helena (Isabel Teixeira) e Adriana (Thalita Carauta), além de apresentar o mistério em torno da morte do irmão de Natália (Mariana Santos). O gancho final, com Taís (Késia) descobrindo que seu namorado era o marido de Lara (Deborah Secco) foi poderoso.
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Tudo ao mesmo tempo
Infelizmente, Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. não tiveram a mesma preocupação em Amor Perfeito. A novela das seis anterior teve primeiros capítulos atabalhoados, com uma sucessão de acontecimentos atropelados.
Em apenas duas semanas, a mocinha Marê (Camila Queiroz) se apaixonou, engravidou, foi acusada de matar o pai e presa, teve o filho tirado de seus braços, deixou a prisão, enfrentou a vilã Gilda (Mariana Ximenes), conseguiu sua herança de volta e… ainda voltou com o mocinho, de quem passou anos separada! Ela até mesmo ficou a um passo de encontrar seu filho perdido, e só não concluiu que era Marcelino (Levi Asaf) por conta de um mal-entendido.
Tantos acontecimentos em tão pouco tempo acabaram prejudicando a narrativa de Amor Perfeito. Os autores priorizaram a ação e não apresentaram direito os personagens, tornando difícil o público se envolver com seus dramas. Além disso, a pressa fez surgir vários fatos sem explicação, que só foram elucidados lá adiante.
Mas o pior dos efeitos colaterais foi o esgotamento precoce da trama. Os autores queimaram todos os cartuchos em pouco tempo, fazendo a história estacionar e andar em círculos. Foram meses de marasmo e só na reta final Amor Perfeito recuperou o ritmo.
Agilidade x pressa
Atualmente, o público anseia por histórias ágeis. O espectador não é o mesmo daquele que acompanhava novelas há 20, 30 ou 40 anos, que aceitava meses de “enrolação” até a resolução dos conflitos surgir apenas nos capítulos finais. Por isso, os autores buscam uma narrativa mais fluida, sem enrolações.
No entanto, isso não pode ser confundido com pressa. A história precisa envolver o público, e isso não acontece se tudo for jogado de uma vez na cara do espectador. Ele precisa conhecer os personagens, saber o que os move e acompanhá-los em suas jornadas.
Elas por Elas, por exemplo, é uma trama ágil, movimentada. Mas está longe de ser apressada. Até aqui, ela se coloca como uma novela moderna, contemporânea, mas, acima de tudo, envolvente. Pressa pra que?