Musa dos anos 90, Ingra Lyberato será sempre lembrada pela sua presença marcante nos trabalhos que fez. A soteropolitana se destacou ao atuar em duas produções importantes da extinta Rede Manchete, na década de 90.

Ingra Liberato e Micaela Góes

Ela esteve em Pantanal (1990), onde deu vida à Madeleine na primeira fase da trama de Benedito Ruy Barbosa, e foi a valente Ana Raio, protagonista de A História de Ana Raio e Zé Trovão (1991), ao lado de Almir Sater.

Mesmo com tanto sucesso, a atriz chegou a afirmar que, após se divorciar do segundo marido, passou por um momento delicado e se entregou ao vício da bebida.

“Momento muito infeliz”

Duca Leindecker

O momento delicado passado por Ingra em sua vida pessoal aconteceu com a separação do cantor Duca Leindecker (foto acima), com quem foi casada até 2012. A artista revelou que, durante esse processo, acabou se entregando ao álcool.

“Eu estava em um momento muito infeliz na minha vida. Na separação do meu segundo casamento, a bebida começou a virar uma bengala. Foi um caso específico. Eu comecei realmente a me sentir dependente daquele ritual”, desabafou ela em seu perfil oficial no Instagram.

Perda da liberdade

Ingra Lyberato

Na mesma publicação, Ingra disse que, por conta da bebida, ela estava começando a perder a sua liberdade. De acordo com a atriz, o álcool tirava o seu ar, anestesiando e impedindo que ela entrasse em contato com as suas dores.

“Me ajudou por um tempo até que chegou a hora que falei: ‘Agora vou me encarar, mergulhar nesse luto e preciso transformar isso’. Voltei a não beber uma gota de álcool. Não é uma auto proibição ou repressão, eu realmente não quero. A gente precisa falar sobre isso, porque é tão socialmente aceito”, afirmou na publicação.

“Exatamente por isso, por ser bem prejudicial, porque altera o estado de presença e consciência da pessoa. Altera a dinâmica das relações”, completou.

Boicote

Ingra Lyberato

Em uma passagem do seu livro – O Medo do Sucesso -, lançado em 2016, a atriz relatou o problema que a fez se afastar da televisão durante vários anos.

“Eu tinha medo da exposição e o livro foi um passo na cura. Arranquei máscaras e falei tudo sobre as mentiras que contava para tentar esconder minhas imperfeições. A gente é encorajado a ser sempre perfeito, né? O livro mostra os bastidores da vida artística pelo viés de como a gente pode se desconectar da verdade e viver num mundo de ilusão e fantasia”, contou em entrevista ao UOL.

“Estava sendo colocada num pedestal e seria complicado cair. Passei a ter medo de errar, arriscar, me reinventar. Em ‘Ana Raio e Zé trovão’ (foto acima) estava sendo muito venerada. Naquele momento, senti medo do sucesso e pensei: ‘Não vou dar conta’”, continuou.

“Fui pesquisar dentro de mim sobre o que me movia a abandonar tudo toda vez que estava em evidência. Passei grande parte da vida me boicotando”, concluiu.

Por onde anda Ingra Lyberato?

Ingra Lyberato, Marcos Palmeira, Cristiana Oliveira, Giovanna Gold

A atriz ainda marcou presença em trabalhos da Globo como Quatro por Quatro (1994), A Indomada (1997), O Clone (2001), A Vida da Gente (2012) e Segundo Sol (2018). Na Record TV, fez Louca Paixão (1998), Essas Mulheres (2005), Os Mutantes – Caminhos do Coração (2008), Balacobaco (2012) e Gênesis (2021).

Atualmente, a atriz está com 56 anos de idade e reside em Porto Alegre (RS) desde 2002. Ela é mãe de Guilherme, do seu casamento com Duca.

Seu último trabalho na televisão, até o momento, foi uma participação no último capítulo no remake de Pantanal, exibido pela Globo em 2022, como uma das convidadas do casamento de José Leôncio (Marcos Palmeira) e Filó (Dira Paes).

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor