Conhecido por ter vivido um personagem marcante na novela Renascer (1993), de Benedito Ruy Barbosa, Jackson Costa nasceu em 7 de abril de 1966, em Itabuna, na Bahia. Atualmente longe das novelas, o ator passou por alguns momentos complicados na carreira.

Jackson Costa

Ele começou na carreira fazendo teatro nas ruas e fazendas de sua cidade natal. Aos 22 anos, mudou-se para Salvador, onde fez o curso de teatro na Universidade Federal da Bahia.

Sua estreia na televisão aconteceu em 1992, na novela Pedra Sobre Pedra, na Globo. Seu personagem Ulysses era pequeno, mas o ator ganhou certo destaque ao participar do Auto da Luz, um especial de Natal exibido em horário nobre, no final do mesmo ano.

Destaque em Renascer

Renascer

Assim que encerrou sua participação na novela, Jackson retornou a Salvador, onde estava participando da peça Dona Flor e Seus Dois Maridos, quando recebeu o convite para atuar em Renascer, interpretando o Padre Lívio. Este acabou sendo o personagem mais marcante de sua trajetória artística.

Com um visual moderno, cabeludo, barbudo e politizado, padre Lívio causava polêmica por conta dos seus discursos progressistas, que incomodavam os poderosos da região, como o coronel José Inocêncio (Antônio Fagundes). No final da trama, ele teve um relacionamento romântico com Joaninha (Tereza Seiblitz), mulher do catador de caranguejos Tião Galinha (Osmar Prado).

O ator retornaria à televisão somente em 1996, na novela Tocaia Grande, da extinta Rede Manchete, em que viveu o seminarista Aurélio. Depois, participou da minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos (1998).

Desilusão

Na Forma da Lei

Sem convites para voltar a atuar na telinha, o ator Jackson Costa retornou ao seu estado natal com sua esposa e filhos. Ele começou então a declamar poemas nas praças públicas de Salvador.

Recebendo ajuda da mãe para sobreviver, o ator fazia pequenos bicos como apresentador de eventos e diretor de comerciais, para levantar algum dinheiro e poder pagar suas contas. Nessa época, Jackson pensou em desistir de ser ator.

“Tenho pensado em deixar de ser ator”, disse. “Fiz uma opção de vida, quebrei a cara e as portas se fecharam para mim”, contou em entrevista à revista Istoé Gente, em dezembro de 1999.

Na Bahia, o artista fez 10 espetáculos teatrais enquanto aguardava um convite para voltar à TV. Mas disse que enfrentava problemas quando falava onde morava.

“Na rua, as pessoas cobram isso. Sofro porque parece que sou um derrotado. Quando lembram que moro na Bahia, não concretizam a proposta”, explicou.

De volta à Globo

Jackson Costa

Foi em 2005, durante uma apresentação do seu grupo de teatro em São Paulo, que Jackson reencontrou o diretor Luiz Fernando Carvalho e recebeu um convite para atuar na minissérie A Pedra do Reino, do escritor Ariano Suassuna.

“Foi uma alegria. A comunicação era tanta que parecia até que a gente não se via há poucos dias. Ele disse que estava mesmo para me ligar. E veio este convite para interpretar Clemente, professor de Quadernada”, disse o ator em entrevista ao O Globo, em outubro de 2006.

Após este trabalho, ele esteve presente em outras produções da emissora, como Duas Caras (2007), Paraíso (2009), Dalva e Herivelto (2010), Na Forma da Lei (2010), Gabriela (2012), Amor à Vida (2013), Verdades Secretas (2015) e Segundo Sol (2018).

Jackson Costa

Foi também apresentador do programa Aprovado, transmitido pela TV Bahia, afiliada da Globo entre 2010 e 2017. Além de televisão e teatro, Jackson Costa participou dos longas Jenipapo (1995), Bela Donna (1998), O Vestido (2003), O Dono do Mar (2006), Revoada (2008), Estranho (2010) e Receba! (2020).

Atualmente, o artista possui um canal no YouTube, no qual apresenta o programa Pode.com, que mostra entrevistas com artistas baianos, a fim de promover a cultura local.

Aos 54 anos, o artista ainda reside em Salvador e é casado com a jornalista Yolanda Nogueira, com quem tem três filhos.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor