Após gravar programa, queridinho de Silvio Santos foi achado sem vida
02/09/2023 às 9h10
Há quase 14 anos, Silvio Santos perdeu um de seus principais fieis escudeiros na televisão brasileira. Em 2 de dezembro de 2009, morreu aos 69 anos, em Santo André (SP), o locutor Lombardi. Ele trabalhava normalmente – havia feito uma gravação pouco antes e teria outra naquele dia – e não enfrentava problemas de saúde.
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Luiz Lombardi Neto nasceu na capital paulista em 22 de setembro de 1940 e iniciou sua carreira no rádio. Trabalhando na TV Paulista, atual TV Globo de São Paulo, conheceu o jovem Silvio, que iniciava sua carreira como apresentador.
A parceria entre os dois foi firmada e Lombardi passou a ser o locutor de seus programas, ficando marcado por um fato: nunca aparecia no vídeo.
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Depois de permanecer na Globo até o final de contrato de Silvio, em 1976, acompanhou o animador na TVS, na Tupi e, finalmente, no SBT, onde esteve desde a fundação, em 1981, até a sua morte. Além de ser o locutor oficial do Programa Silvio Santos, Lombardi chegou a narrar futebol e apresentar atrações musicais no rádio.
Infarto fulminante
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A morte de Lombardi pegou a todos de surpresa. Ele foi encontrado morto em sua casa por sua mulher, Eni Lombardi, por volta das oito da manhã. O locutor, que não tinha problemas de saúde, sofreu um infarto fulminante.
O único problema de saúde sério que Lombardi havia enfrentado ocorreu em 1999, quando ele lutou contra um tumor nas glândulas salivares. Após passar por uma cirurgia, se recuperou brevemente, retornando logo ao trabalho.
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“Ele estava bem, aparentemente não tinha problemas de saúde. Trabalharia normalmente hoje (ontem). Quando Eni (sua mulher) foi acordá-lo, encontrou-o morto na cama”, contou a cunhada dele, Nair, ao jornal Zero Hora.
O sofrimento de Silvio Santos
Quando recebeu a notícia, Silvio se preparava para gravar um programa especial de Ano Novo e chegou a interromper os trabalhos, retomados em seguida em respeito à memória de Lombardi e ao público presente. O animador fez questão de comparecer ao velório para se despedir do amigo e companheiro de tantas jornadas.
Uma das marcas do locutor era a humildade. À Folha de S.Paulo, seu irmão Reinaldo contou que apesar de ter três automóveis (dois Clio e um Celta), ele gostava de ir para as gravações de trem. Quando chegava à estação de Pirituba, um carro do SBT o apanhava.
“Era como fazia no início da carreira. Ele gostava de manter esse lado humilde”, explicou.
Dois meses antes de partir, quando questionado pela Folha se pretendia ficar no SBT até o fim da vida, ele concordou.
“Continuo lá, muito prestigiado. É a minha família. Realmente não penso em sair”, definiu.
Processo contra o SBT
Posteriormente, a viúva de Lombardi entrou com uma ação trabalhista contra o SBT para reconhecimento do vínculo de emprego do locutor com a emissora e mais oito empresas do Grupo Silvio Santos a partir de 2005.
Nessa época, Lombardi recebeu baixa em sua carteira de trabalho e passou a emitir notas fiscais para o SBT, como pessoa jurídica. No entanto, a 1ª Vara do Trabalho de São Paulo julgou o pedido improcedente e considerou ser “perfeitamente possível” o trabalho do locutor de forma autônoma, encerrando a questão.