Nos últimos anos, Luciano Huck não escondeu suas opiniões políticas e principalmente sua vontade de concorrer a um cargo público, sendo cogitado como nome de uma “terceira via” nas eleições para Presidente da República de 2022.
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Essa vontade provocou debates e também um processo do Partido dos Trabalhadores (PT) por propaganda política e abuso de poder econômico.
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A solução vem da TV
Em 2018, o Brasil vivia um momento delicado na política e a eleição daquele ano seria crucial para definir os rumos do país. No meio de tantos nomes cotados para concorrer ao cargo de Presidente, surge Luciano Huck como uma opção. Alguns partidos queriam o apresentador na disputa, aproveitando não apenas a fama, mas mostrando que Huck era um nome “novo”, longe da política convencional.
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Em janeiro de 2018, Luciano Huck e Angélica foram ao palco do Domingão do Faustão para falar do Brasil e dos desafios daquele ano eleitoral. Muitos encararam aquilo como um discurso político.
“Minha missão esse ano é tentar motivar as pessoas a que votem com muita consciência e que a gente traga os amigos que estão a fim para ocupar a política, senão não vai ter solução. Eu nunca, jamais, vou ser o salvador da Pátria, e o que vai acontecer na minha vida eu também não sei. Neste momento, ainda acho que meu papel com esse microfone na mão e aqui na Globo, e motivando as pessoas, pode ser até mais importante do que estar lá”, falou.
Além disso, o apresentador criticou a classe política, e que era a chance de aproveitar a “fratura exposta que aconteceu no Brasil nos últimos dois anos, de derretimento da classe política para reocupar esse espaço, ressignificar as coisas e tentar de fato botar um pouco de ética”, citando o impedimento de Dilma Rousseff em 2016.
Propaganda subliminar
Então lideres do PT no congresso, Paulo Pimenta (PT-RS) e Lindbergh Farias (PT-RJ), entraram com uma ação na Justiça Eleitoral pedindo a inelegibilidade de Huck ou a cassação do seu eventual registro de candidatura. Além disso, exigiam pagamento de multa dos três apresentadores da Globo.
Para os congressistas, Huck usou a emissora para mostrar que era uma opção para as eleições daquele ano, além de fazer uma “demonização da atual política, dos políticos, dos pré-candidatos ao cargo presidencial, e de forma subliminar, a exaltação da pré-candidatura de Luciano Huck, como sendo algo de novo capaz de mudar a realidade vigente e trazer a ‘felicidade’ esperada pelo sofrido povo brasileiro”.
Em nota, a Globo disse que respeita as leis eleitorais e que existem regras para os contratados.
“No período que antecede anos eleitorais, conversamos com diversos profissionais do nosso casting [elenco] para relembrá-los sobre as regras que, entre outras restrições, impedem que contratados da emissora que desejem se candidatar permaneçam no ar em qualquer programa. A Globo não apoia qualquer candidato e que se limitará a realizar a cobertura jornalística das eleições de 2018, seguindo as regras de seus princípios editoriais”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) arquivou o processo em fevereiro daquele ano.
Seguindo seu rumo
Luciano Huck mostrou interesse em entrar na corrida eleitoral, mas acabou desistindo de concorrer a presidência. Jair Bolsonaro foi eleito e ficou à frente do país por quatro anos.
Com a saída de Faustão da Globo em 2021, Huck assumiu os domingos e sepultou sua carreira política. Mas o apresentador não deixa de dar suas opiniões nas redes sociais.