Eleita pelo Fantástico como a mulher mais bonita do Brasil em 1978 e consagrada como uma das 10 mais lindas da década de 1970, Maria Cláudia nasceu no Rio de Janeiro em 9 de outubro de 1949. Apesar de ter vivido grandes personagens nas novelas da Globo, a atriz está longe da telinha há alguns anos.

Maria Claudia

Ela começou sua carreira de atriz aos 17 anos, no ano de 1963. A artista também atuou como modelo, estampando inúmeras campanhas de publicidade e editoriais de moda. Em 1969, foi âncora do Telejornal Pirelli, na TV Rio. A estreia na televisão veio no ano seguinte, na novela Verão Vermelho.

Em seguida ela foi escalada para trabalhar novamente com Dias Gomes, desta vez em Assim na Terra Como no Céu. A partir de então, se tornaria uma das principais estrelas da emissora carioca.

Papéis de destaque

O Bem-Amado

Ela ainda atuou em tramas como Minha Doce Namorada (1971), Selva de Pedra (1972), O Bem-Amado (1973), onde se destacou como Gisa, O Semideus (1973), O Rebu (1974) e Nina (1977).

Em 1978, ela protagonizou Te Contei, de Cassiano Gabus Mendes. Logo depois, fez Feijão Maravilha (1979), Plumas e Paetês (1980), Terras do Sem-Fim (1981) e Moinhos de Vento (1983).

Pão Pão Beijo Beijo

Em seguida, integrou o elenco de Pão, Pão, Beijo Beijo (1983), novela de Walther Negrão que atualmente vem sendo exibida no canal Viva. Nessa produção, ela interpretou Luiza, que disputava com sua irmã Bruna (Elizabeth Savala) o amor do misterioso Ciro (Cláudio Marzo).

Doença rara

Te Contei

A carreira da artista sofreu uma reviravolta quando ela descobriu possuir um problema nas cordas vocais, que se agravou na virada de 1984 para 1985, deixando-a completamente sem voz.

“Disseram-me que foi câncer, mas eu só sei que eu perdi meu pai, minha melhor amiga, que eu considerava uma irmã de sangue, e minha mãe, um depois do outro. Minha mãe morreu em 28 de agosto de 1984. Pensei que fosse a última perda, mas no Réveillon daquele ano fiquei sem a voz. E era tudo emocional. Afinal, tinha perdido tudo o que eu tinha na minha vida. Sou filha única. Fiquei sozinha”, relatou a atriz em entrevista concedida ao jornal O Globo.

Foram necessários anos de tratamento para que ela retornasse ao vídeo em 1992, vivendo a perua Kelly em Deus nos Acuda, de Silvio de Abreu. Após esse trabalho, Maria Cláudia explicou, na mesma publicação, o motivo pelo qual não conseguiu mais trabalho na Globo.

“Não pintou mais convite, mas não sei o motivo. Tenho, inclusive, o maior carinho por todos na Globo. Mas, como não me chamavam, e pedra que não rola cria limo, pensei que estava na hora de correr perigo. Nascer, viver e morrer no mesmo lugar é muito limitado”, enfatizou.

Sumiço da telinha

Maria Claudia

Mesmo tendo se recuperado, sua voz, no entanto, nunca mais voltou a ser como era antes.

“Eu voltei com a voz rouca, mas tem tanta atriz assim, né? Não sou o tipo de pessoa que fica chateada e magoada. Achei que a vida estava me colocando para fazer mais teatro. Acredito em desígnios. E aprendi que as portas se fecham, mas também se abrem. Quem fica magoada fica com a energia estagnada. Não quero raiva, mágoa, esses sentimentos dentro de mim”, completou.

O ano de 2004 marcou a retomada de sua carreira, atuando no teatro. A artista foi contratada pela Record em 2004, onde atuou na nova versão de A Escrava Isaura; em seguida, fez Os Mutantes – Caminhos do Coração (2007) e Amor e Intrigas (2008). Foi para o SBT, onde esteve no remake de Uma Rosa com Amor (2010); seu último trabalho na televisão, até o momento, foi no seriado Louca Família, da Record.

Atualmente, Maria Cláudia tem 72 anos e vive no Rio de Janeiro. Ela se casou em 1976 com o escritor e jornalista Luiz Carlos Maciel, de quem ficou viúva em 2017. O casal não teve filhos.

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Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020 Leia todos os textos do autor