Após novatos falharem, Globo volta a apostar tudo em medalhões
11/11/2024 às 14h12
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Durante a gestão de Silvio de Abreu como diretor de teledramaturgia, a Globo lançou nada menos que 17 novos autores de novelas. Somados aos outros tantos medalhões que a emissora mantém em seus bancos (fora os que foram dispensados recentemente), o canal ostenta um grande time de roteiristas especializados no bom e velho folhetim.
Divulgação / GloboCuriosamente, passado o período mais intenso de lançamentos, a Globo agora se fecha em “panelinhas”. A recente escalação de Thereza Falcão e Alessandro Marson para tocar o remake de Elas por Elas (1982), enquanto outros novelistas estão no banco ou foram dispensados, mostra que o canal tende a apostar nos mesmos nomes de sempre.
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Revisita a Cassiano Gabus Mendes
Entre os 17 novos autores lançados pela emissora nos últimos anos estão Thereza Falcão e Alessandro Marson. A dupla estreou com êxito em Novo Mundo (2017), mas não foram tão felizes em Nos Tempos do Imperador (2021). Eles ainda tinham dois projetos engatilhados: mais uma novela histórica, desta vez sobre a Princesa Isabel, e uma trama contemporânea inédita.
No entanto, a direção da Globo paralisou tais projetos e encomendou aos autores o remake de Elas por Elas, já confirmada na fila das seis, logo após Amor Perfeito. A escolha por uma revisita à obra de Cassiano Gabus Mendes mostra que a emissora pretende fazer apostas seguras, produzindo novelas já testadas.
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Mas chama a atenção a escolha justamente dos autores de Novo Mundo para tocarem o trabalho. Afinal, a Globo acaba de dispensar Maria Adelaide Amaral, veterana que é profunda conhecedora da obra de Cassiano Gabus Mendes. A dramaturga seria a escolha óbvia para a missão.
Remakes de sucesso
Maria Adelaide Amaral (foto acima) nunca escondeu que considerava Cassiano Gabus Mendes seu grande mentor nas novelas. Ela declarou que foi o pioneiro da TV brasileira quem lhe ensinou os meandros da escrita de um folhetim, quando integrou sua equipe nas novelas Meu Bem Meu Mal (1990) e O Mapa da Mina (1994).
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Isso a credenciou a revisitar a obra de Cassiano em duas oportunidades. Com o remake de Anjo Mau (1997), ela fez sua estreia como autora titular e assinou um dos maiores sucessos da faixa das seis daquele período. Depois, em 2010, reinventou Ti-ti-ti (1985), num remake que também reunia tramas de outra novela de Cassiano, Plumas & Paetês (1981). Mais um grande sucesso!
Ou seja, Maria Adelaide Amaral tinha todas as condições de, novamente, estar à frente de um remake do autor. Além disso, vale lembrar que, antes de ser dispensada, ela estava na fila da faixa das seis com O Selvagem da Ópera, trama que nunca saiu do papel.
Outro nome que também poderia assumir o trabalho é Vincent Villari. O autor colaborou com Maria Adelaide em Anjo Mau e Ti-ti-ti, o que também o credencia para a missão. Porém, após o fiasco de A Lei do Amor (2016), que ele assinou com Amaral, o roteirista nunca mais emplacou novo trabalho como autor principal. Atualmente, ele é colaborador de João Emanuel Carneiro em Todas as Flores.
Sem chance
Mas Villari não é o único a não ganhar uma nova oportunidade na Globo como autor titular. Vários outros roteiristas lançados na última leva não conseguiram emplacar novos projetos. A maioria, inclusive, já foi até dispensada da emissora.
É o caso de Marcos Bernstein, que deixou o canal após Além do Horizonte (2013) e Orgulho e Paixão (2018), ou Ângela Chaves, também dispensada após Os Dias Eram Assim (2017) e Éramos Seis (2019). Paulo Halm, Filipe Miguez e João Ximenes Braga foram outras baixas.
Há ainda o caso de Maria Helena Nascimento, que não voltou mais ao ar mesmo após ter assinado a simpática Rock Story (2016). Ela tenta emplacar uma novela no horário nobre, mas, até aqui, a ideia não avançou.
Enquanto isso, Alessandro Marson e Thereza Falcão seguem na ativa. Além deles, Claudia Souto, Alessandra Poggi e Daniel Ortiz, também representantes da nova leva, tocaram trabalhos recentes e devem voltar ao ar. Rosane Svartman, no ar em Vai na Fé, é outro exemplo.