Após lutar contra câncer, ator Luis Gustavo morre aos 87 anos

Luis Gustavo sempre se dedicou à comédia. Dizia que as crianças eram seus grandes professores: se não riam, o personagem não estava pronto. O intérprete dos eternos Mario Fofoca e tio Vavá nos deixa hoje, dia 19, aos 87 anos, em decorrência de complicações por conta de um câncer no intestino.

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Luis Gustavo era casado com Cris Botelho, pai de Luis Gustavo Vidal Blanco, fruto de seu relacionamento com Heloísa Vidal, e de Jéssica Vignolli Blanco, fruto de seu casamento com a falecida atriz Desireé Vignolli, avô de Marina Hoagland Blanco Buzzone, e tio de Tato Gabus Mendes e Cássio Gabus Mendes, também atores.

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Encarnando grandes personagens cômicos da telenovela brasileira, Luis Gustavo Blanco merece um capítulo especial na história da televisão. Nascido em 02 de fevereiro de 1934, em Gotemburgo, na Suécia, de pais espanhóis, ele chegou ao Brasil ainda criança e adotou São Paulo como o lugar para criar suas raízes. Mesmo viajando constantemente ao Rio de Janeiro, o ator não se intimidava pela ponte aérea entre as cidades e se considerava um paulista de alma e coração. O ator passou os últimos anos morando em Itatiba, no interior de São Paulo.

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O grande Tatá, apelido que o acompanhou por toda a vida e como era conhecido entre os mais íntimos, começou a carreira trabalhando durante cinco anos atrás das câmeras, sendo contrarregra, auxiliar de iluminação e cinegrafista. Mas a vontade de estrear na parte artística falou mais alto. Tornou-se assistente de direção de vários programas, entre eles o teleteatro TV de Vanguarda. Foi lá que, por acaso, fez a sua estreia como ator, na peça Mas Não se Matam Cavalos, de Horace McCoy. A partir dali, jamais abandonou a interpretação.

Sua primeira novela foi Se o Mar Contasse, de Ivani Ribeiro, na TV Tupi, em 1964. Também na emissora, atuou em O Sorriso de Helena, O Direito de Nascer, O Amor Tem Cara de Mulher e Estrelas no Chão. Paralelamente ao trabalho na TV, o ator também dava início à sua carreira no teatro. Em 1967, pela atuação em Quando as Máquinas Param, de Plínio Marcos, ganhou o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Teatro (APCT).

Em 1968, Luis Gustavo participou da criação de um marco da telenovela brasileira, Beto Rockfeller, momento importante de sua carreira. O ator também deu vida a outros personagens que caíram no gosto do público, como o costureiro Ariclenes Almeida/Victor Valentin em Ti-Ti-Ti, o músico cego Léo em Te Contei? e o playboy Ricardo em Anjo Mau, todas escritas por Cassiano Gabus Mendes.

O personagem mais memorável do ator, no entanto, foi sem sombra de dúvidas o atrapalhado detetive particular Mário Fofoca em Elas por Elas também de Cassiano. Depois, Luis Gustavo estrelaria com este mesmo personagem um seriado homônimo e o filme As Aventuras de Mário Fofoca.

Durante vários anos, Luis Gustavo atuou ainda como Vanderlei Mathias, o Vavá, no Sai de Baixo. Depois de atuar em Êta Mundo Bom!, seus últimos trabalhos na emissora foram Brasil a Bordo e Malhação: Vidas Brasileiras, ambos exibidos em 2018.

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