Sérgio Britto, um dos mais importantes atores brasileiros, faleceu aos 88 anos, em 17 de dezembro de 2012. Ele, que também era diretor, acabou partindo em meio a um processo que travava na justiça contra o seu ex-administrador.

Fernanda Montenegro e Sérgio Britto

Vítima de problemas cardiorrespiratórios, o artista já estava internado e bastante debilitado há um mês. O ícone do teatro padecia de diversas enfermidades e, desde 2006, precisava de sessões de transfusão de sangue a cada 15 dias.

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Doação forçada

Sérgio Britto
Reprodução / Web

Foi exatamente por causa dessas fragilidades que Sérgio Britto (na foto acima, com Fernanda Montenegro) acabou tendo os seus bens doados de forma desconhecida a Antônio Bento, que administrava as suas posses desde 2007.

Acontece que, desde a chegada do profissional, a liquidez do veterano passou a diminuir consideravelmente. Segundo a revista IstoÉ publicou em 30 de novembro de 2011, existia somente 5% dos bens que constavam antes da chegada do suposto amigo.

Antes de falecer, Sérgio Britto registrou uma queixa na Delegacia do Idoso, acusando Bueno de golpe e afirmando ter sido obrigado a assinar diversos documentos sem ter conhecimento do que de fato eram.

Moradia também foi perdida

Sérgio Britto
Foto: Divulgação

Até a casa onde Britto vivia foi passada para o nome de Bento através de uma misteriosa “doação”. Como as assinaturas em valores donativos somente aconteciam em momentos de maiores fragilidades de sua saúde, o artista considerava que foi roubado.

Inclusive, na época em que teria supostamente doado o seu imóvel de aproximadamente R$ 800 mil reais, localizado no bairro Santa Thereza, no Rio de Janeiro, o ator estava há mais de dois meses sem as devidas transfusões. Contudo, era de responsabilidade de Bento levá-lo para realizar tais procedimentos. 

Ainda de acordo com a reportagem, as transfusões só foram retomadas cinco dias após a tal assinatura de entrega do imóvel.

Briga na justiça

Sérgio Britto
Foto: Divulgação

O processo passou a correr na 16ª Vara de Justiça Cível do Rio de Janeiro, sendo anexado também outras “doações” favorecendo o ex-funcionário.

Em 2 de março de 2012, o advogado dos sobrinhos de Sérgio – Paulo e Marília Brito – havia dito ao portal O Fuxico que, mesmo estando no nome do até então processado, o imóvel estaria sob liminar.

“Conseguimos uma liminar para que constasse no registro de imóveis que a casa era objeto de litígio. Se o réu [o administrador] ainda não ocupou a casa, foi por mera liberalidade dele. A casa só é objeto de discussão, e essa liminar talvez desanime quem fosse vender”, explicou a Dra. Ellen Daher Rodrigues Delmas.

O ator acabou não conseguindo recuperar os bens antes de sua morte.

Grande nome do teatro com mais de 300 peças, Sérgio Britto também fez carreira na televisão, participando das primeiras versões de Anjo Mau (1976), Paraíso (1982) e Pantanal (1990), passando por TV Globo, Manchete, Band e Record.

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Dyego Terra

Dyego Terra é jornalista e professor de espanhol. É apaixonado por TV desde que se entende por gente e até hoje consome várias horas dos mais variados conteúdos da telinha. Já escreveu para diversos sites especializados em televisão. Desde 2005 acompanha os números de audiência e os analisa. É noveleiro, não perde um drama latino, principalmente mexicano, e está sempre ligado na TV latinoamericana e em suas novidades. Análises e críticas são seus pontos fortes. Leia todos os textos do autor