Autora da novela menos vista do horário das nove da Globo de todos os tempos, Lícia Manzo não deve ficar muito tempo afastada da televisão. A novelista pode emplacar uma nova trama na emissora, desta vez na faixa que a consagrou: às seis.

Licia Manzo

Lícia Manzo fez sua estreia no horário mais nobre da Globo com Um Lugar ao Sol, que se tornou o maior fracasso da faixa. A saga de Christian (Cauã Reymond), que “rouba” a vida do irmão gêmeo morto, Renato (Cauã Reymond), até agradou a crítica especializada, mas não empolgou o público.

No entanto, o fraco desempenho da trama não queimou a autora junto à Globo. De acordo com o site Notícias da TV, a direção da emissora encomendou uma nova sinopse para Lícia Manzo, desta vez para o horário das seis. Caso a trama seja aprovada, ela terá seu contrato renovado e voltará ao ar com uma novela inédita.

Fila das seis

Bruno Luperi

A nova direção de dramaturgia da Globo, sob o comando de José Luiz Villamarim, tem organizado a fila das próximas produções da emissora. Neste contexto, o horário das seis já tem algumas produções em andamento.

Após Além da Ilusão, a faixa será ocupada por Mar do Sertão, de Mario Teixeira. Em seguida, deve vir Amor Perfeito, trama escrita por Duca Rachid e Julio Fischer. Outra trama cotada para o horário é Arroz de Palma, de Bruno Luperi (foto). Mas, de acordo com Flavio Ricco, do R7, esta ainda é dúvida.

Ou seja, é possível que a nova novela de Lícia Manzo, se aprovada, entre na sequência de Amor Perfeito. Com isso, ela estrearia no segundo semestre de 2023.

Sucessos

A Vida da Gente

Se na faixa das nove Lícia Manzo não teve lá muita sorte, o mesmo não se pode dizer do horário das seis. A autora escreveu A Vida da Gente (2011) e Sete Vidas (2015), duas tramas que chamaram a atenção pela qualidade da produção, dos diálogos bem escritos e que alcançaram audiência bastante satisfatória.

A Vida da Gente, que narra a trajetória das irmãs Nanda (Fernanda Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano), mexeu com o público, que se dividiu entre uma e outra. A novela se tornou uma das mais exportadas da Globo, e até ganhou uma reprise em caráter de “edição especial” no horário das seis no ano passado.

Sete Vidas

Outro sucesso de crítica e que também alcançou bons índices de audiência foi Sete Vidas, que contava a história dos sete filhos de Miguel (Domingos Montagner num de seus melhores trabalhos), um homem misterioso que tinha sérias dificuldades em se relacionar.

Lígia (Débora Bloch), seu grande amor, com quem teve o menino Joaquim (Bernardo Berruezo), se encontra com Pedro (Jayme Matarazzo), Julia (Isabelle Drummond), Bernardo (Ghilherme Lobo), Luis (Thiago Rodrigues), Laila (Maria Eduarda de Carvalho) e Felipe (Michel Noher), frutos de doações de sêmen do pesquisador. Este encontro mexe com a vida de todos.

Sucessora de Manoel Carlos

Manoel Carlos

Tanto A Vida da Gente quanto Sete Vidas são novelas que trazem um tom de crônica cotidiana, apostando em conflitos psicológicos, relações familiares e muitas, muitas DR’s. Com isso, Lícia Manzo chegou a ser comparada com o autor Manoel Carlos.

Entretanto, sua estreia às nove não foi tão feliz. A autora mesclou seu estilo baseado em dramas psicológicos com um tom de thriller, dando a Um Lugar ao Sol um ritmo diferente. A trama tinha uma boa proposta, com uma crítica social bastante contundente, mas se revelou com pouco apelo popular.

Além disso, a novela enfrentou problemas com a pandemia, falta de divulgação e vários outros empecilhos que não tinham a ver, necessariamente, com a trama em si. Tudo isso contribuiu para o seu fraco desempenho.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor