O público tem acompanhado a disputa pela herança de famosos que se foram e que deixaram uma grande fortuna para que filhos e parentes fizessem a divisão dos bens. Os familiares de uma atriz de excelência também passaram por esse imbróglio.
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Dama da TV, do teatro e do cinema, Marília Pêra foi um dos grandes nomes da nossa dramaturgia. A artista lutava contra um câncer de pulmão e também enfrentou um desgaste nos ossos do quadril, que a impedia de contracenar de pé.
A divisão de bens contestada
Marília faleceu no dia 5 de dezembro de 2015, aos 72 anos, e deixou uma fortuna estimada em R$ 40 milhões. Segundo o colunista Leo Dias, em nota de agosto de 2017, ela deixou um testamento apontando como seria a divisão dos valores.
Os três filhos, Ricardo Graça Mello, Esperança Motta e Nina Morena, ficariam com 75% da herança. Bruno Faria, esposo de Marilia, e Sandra Pêra, irmã da artista, ficariam apenas com 25%.
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O viúvo de Marilia não aceitou a divisão dessa forma e foi à Justiça para exigir o que a lei brasileira assegura a quem perde o cônjuge – 50% do valor da herança. Além disso, ele não queria sair do apartamento onde vivia com ela.
A briga foi parar na Justiça, pois os filhos de Marília exigiram que a partilha seguisse à risca de acordo com o desejo final da atriz. Léo Dias procurou a irmã Sandra para falar sobre o processo, mas ela não quis se pronunciar.
“Me desculpe, mas esse assunto é muito delicado. Vamos nos pronunciar na hora oportuna”, declarou.
Um acordo amigável
O processo seguiu durante quatro anos e todos chegaram a um acordo em junho de 2019. A reunião ocorreu na 4ª Vara de Órfãos e Sucessões.
A juíza Andréa Pachá ouviu todos os lados e propôs um acordo amigável, com o estipulado no testamento: os filhos ficaram com 75% da fortuna e o viúvo e a irmã ficaram com 25%, seguindo o desejo da atriz e colocando um ponto final na disputa.
Isso não foi privilégio apenas dos herdeiros de Marília, já que outros artistas falecidos deixaram grandes fortunas que geraram disputas nos tribunais.
Outras disputas
Foi o caso de Chico Anysio, que faleceu em 2012, cujo testamento excluía seu filho Lug de Paula, intérprete do Seu Boneco. Como a Justiça brasileira determina que todo herdeiro direto tenha direito à herança, o testamento foi anulado, e a briga segue na Justiça.
Outra batalha que deu o que falar foi entre Antônia Fontenelle, viúva do ator e diretor Marcos Paulo, e as filhas dele: Mariana Sochaczewski (cuja mãe é Renata Sorrah) e Giulia Costa (fruto do relacionamento com Flávia Alessandra). Ele teria feito um testamento deixando tudo para suas herdeiras e um documento no qual consta que 60% do patrimônio iria para sua esposa. A Justiça determinou que Antônia ficaria com 12,5% da fortuna, e o restante, com Mariana e Giulia.
Gugu Liberato, que faleceu em 2019 depois de uma queda em sua casa nos Estados Unidos, deixou uma herança milionária de quase 1 bilhão de reais. Rose Miriam Di Matteo, mãe dos filhos de Gugu, não foi incluída no testamento, que tinha como instruções a distribuição da herança de R$ 1 bilhão entre os filhos (75%) e os sobrinhos (25%). Rose pediu a anulação do documento e o processo segue até hoje na Justiça.