Após um curto período de férias, no qual foram ao ar os “melhores momentos” do programa, o Faustão na Band voltou com edições inéditas. O programa de Fausto Silva retornou com equipe enxuta e tempo de arte menor, perdendo meia hora de duração.
O corte indica que a Band está fechando a torneira no que se refere aos investimentos no programa de Faustão. A atração não conseguiu alcançar as expectativas comerciais da emissora e, por isso, vem reduzindo custos.
Faustão na Band não chega a dar prejuízo, mas o programa também não tem dado lucro. Há bons anunciantes que ajudam a fechar a conta, porém havia a expectativa de que a atração seria um estouro e capaz de brigar pela vice-liderança, o que não aconteceu.
Ousadia
Com isso, a Band agora paga pela ousadia de ter apostado suas fichas num programa diário com Faustão. A chegada do animador à emissora foi emblemática, já que se trata de uma das maiores estrelas da TV brasileira, que chegou justamente numa fase de investimentos do canal.
Neste contexto, Faustão na Band serviu como carro-chefe para importantes reformas da emissora na grade. Além de Fausto, o canal trouxe novos investimentos em jornalismo e esportes, demonstrando que iniciava uma fase próspera. Ter alguém do quilate de Faustão neste momento próspero era um sinal e tanto.
Além disso, a presença de Faustão também encorajou a emissora a abrir mão do Show da Fé, que dava zero de audiência, mas trazia muito dinheiro ao canal. Era um sinal claro de que a Band confiava que sua nova estrela fosse capaz de trazer ainda mais retorno comercial à emissora.
Desgaste
Ou seja, na teoria, ter Faustão todo dia parecia uma boa ideia. Mas, na prática, isso se mostrou pouco frutífero. Afinal, um programa diário exige boas atrações todos os dias. Mesmo que Faustão consiga atrair muitos artistas do primeiro time (o que de fato ele conseguiu), ainda assim não há tantos artistas assim para manter o interesse do programa lá em cima.
Sendo assim, fica claro agora que, com Faustão na Band, a emissora deu um passo maior que a perna. Embora seja realmente tentador ter um nome do tamanho de Faustão na programação diária, talvez fosse melhor se ele seguisse no comando de um programa semanal.
Já imaginou um semanal em horário nobre, no qual Faustão poderia utilizar toda esta estrutura que a Band ofereceu? Sem dúvidas, seria o ponto alto da linha de shows da emissora.
Por conta de um acordo com a Globo, Faustão não poderia comandar um programa dominical durante um ano. Mas ainda restavam outros seis dias que o animador poderia ocupar. Por que não Faustão nas noites de segunda, dia no qual a Band já alcançou audiência expressiva com o CQC? Ou até mesmo nas noites de sábado, revivendo os tempos de Perdidos na Noite e sendo um concorrente de peso para o Altas Horas?
Num programa diário, o arsenal de Faustão acabou sendo banalizado. Já num semanal, criaria-se uma expectativa.
